A ação da polícia durante a Jornada de Lutas dos Trabalhadores do Campo e da Cidade, reprimindo sua marcha por Porto Alegre , escancarou o papel do estado em uma sociedade de classes. Os dois principais objetivos da polícia: dispersar o povo para que este não chegue a incomodar os donos do poder, e dar exemplos à sociedade do que acontece com aqueles que ousam contestar a ordem burguesa.
Foi por isso que, próximo das 10h da manhã, ao entrar pacificamente no estacionamento da Wal Mart/Nacional, onde se realizaria um ato simbólico, o povo organizado foi surpreendido por uma polícia preparada para destroçar a manifestação, sem conversas. Chegou espremendo o povo nas grades, espancando a cacetadas e pontapés mulheres e jovens. Cinco policiais derrubaram um membro da negociação e o espaçaram no chão até perfurar seu pulmão. Pistolas em punho. Tiros e bombas desesperavam senhoras e crianças que vinham prontas para uma bonita manifestação, cheia de simbolismos em defesa de um projeto popular para o Brasil.
Após dispersar barbaramente o povo organizado, vieram para garantir seus troféus políticos. Prenderam o senhor que havia sido espancado por cinco policiais no chão e sua esposa, após arrocha-la com cacetadas nas costas, enquanto, desesperada, tentava cuidar da saúde de seu marido. Em seguida, cercaram o carro-de-som, colocando uma pistola na cabeça do motorista, para arrancar a ele e seu auxiliar de dentro da gabine. Mais dois presos. Os próximos foram os membros da equipe de animação: gaiteiro, cantora, dois violeiros e dois animadores. Todas prisões políticas, arbitrárias e violentamente efetivadas, sem acusações em bases legais.
Três membros da equipe de animação foram arrancados a força de cima do carro-de-som. Antes que estes chegassem às escadas, gritava um dos policiais de choque que torcia seus cabelos e braços: “não me custa nada te atirar daqui de cima”. Enquanto isso, a advogada do movimento apresentava sua carteira da OAB ao comando, tentando evitar tais agressões. Apenas ouve-se o comandante gritar para a advogada: “cala essa boca filha da puta”. E também a advogada foi por eles algemada.
Um dos animadores presos teve de ficar de costas com o rosto apertado no carro-de-som, enquanto sua mochila era revistada. Durante isso, um dos policiais falou a outro: “vamos *** ele”, utilizando uma gíria policial que significa inserir nos materiais do preso algo que possa incrimina-lo. Tendo o rapaz ouvido isso e chamado a atenção da imprensa, os policiais mandaram-no calar e forçaram-no a sentar na calçada. Em seguida, ele foi brutalmente algemado, tendo seu braço esquerdo torcido ao extremo de quase quebrar-se. Enquanto ele era arrastado por dois policiais para um camburão, os policiais lhe gritavam: “fala agora filha da puta, fala agora! Tu tá em todas, né?! Nós queria te grampear a tempo! Fala agora filha da puta”.
Dentro do camburão, já se encontravam os demais 10 companheiros presos, todos algemados. Um deles, inclusive, era o senhor com o pulmão perfurado, a esta altura, já cuspindo sangue, branco como papel. Sua esposa, algemada na outra ponta do camburão, apenas chorava.
Após muito tempo perdido com identificações dos “criminosos”, o senhor mais ferido foi levado ao hospital, onde teve de passar 3 dias imobilizado e com um dreno retirando-lhe 2 baldes de sangue dos pulmões.
Levados com sirenes ligadas até o palácio da polícia, os trabalhadores foram mantidos algemados em uma sala toda gradeada. Durante toda a tarde, tiveram de identificar-se diversas vezes, ouvindo inúmeras ironias dos policiais. Para além das diversas referências a que “baderneiros tem mesmo é que apanhar e ser presos”, surpreendeu a declaração de uma policial que defendia abertamente que “precisamos mesmo é que os militares venham colocar ordem nessa história” (!)
Aqueles presos que precisavam, por exemplo, ir ao banheiro, eram obrigados a esperar mais de hora pela boa vontade dos carcereiros, que ainda obrigavam aqueles que estavam algemados juntos a ir nestas mesmas condições ao banheiro.
Diversos policiais e funcionários manifestaram solidariedade aos presos políticos, mas se mostravam acossados pela amarras do estado burguês.
A realidade é que os presos apenas não foram mais maltratados, porque a polícia e o governo se sentiram obrigados a respeitar o poder do povo organizado nos movimentos sociais. Eles sabem que aprendemos a transformar desrespeitos em luta popular.
Graças a isso, e a falta de provas que justificassem a solicitação do Coroné Mendes de que os trabalhadores fossem presos por crimes “em flagrante”, foi estabelecido um acordo com o delegado de que os presos seriam mantidos no palácio da polícia, até a decisão da juíza sobre a correção ou não de eles serem despachados para penitenciárias comuns.
Entretanto, próximo das 22h, quando os advogados tiveram de ausentar-se para audiência com a Juíza, o delegado recebeu ordens do núcleo do governo, de levar a força os trabalhadores para presídios comuns. Durante minutos de muita tensão, toda a negociação estabelecida anteriormente, que parecia sólida, se desmanchava no ar. Todos seus pertences tiveram de ser deixados para traz em meio a correria. Homens e mulheres foram separados, colocados dentro de camburões que assemelhavam-se as caixinhas minúsculas nas quais eram trazidos os trabalhadores africanos seqüestrado na África para a escravidão no Brasil. Carros gradeados como se carregassem animais ferozes. Novamente com sirenes ligadas, os “criminosos” foram levados com muito alarde a sua nova senzala.
Os homens foram deixados no Presídio Central, e as mulheres levadas para o presídio feminino.
Na penitenciária masculina, o motorista da civil que deixou os homens ainda lhes disse: “eu sinceramente sinto muito por isso. Vocês estão certos. Mas está é a ordem, né?!”
Já dentro do presídio, os trabalhadores foram postos com os rostos contra uma parede, ao lado de dois jovens negros, de chinelos de dedo e pés sujos de cal, algemados. Aos gritos e pauladas na parede, os dois foram levados primeiro. Depois de identificados, os presos políticos foram, dois a dois, de braços cruzados a frente do corpo, para a revista. O ambiente era digno de filmes de horror. Paredes podres, caindo sozinhas, tudo muito gelado e úmido. Celas muito protegidas se apresentavam desde o início do corredor.
Durante as revista, os homens eram obrigados a despir-se completamente, retirar todos seus pertences, inclusive alianças ou crucifixos. Nus, eram obrigados a agachar-se algumas vezes em frente aos policiais. A dureza nas ordens dadas pelos agentes já indicava quem mandaria lá dentro e quem deveria apenas obedecer calado. A humilhação e o rebaixamento humano são as marcas daquele espaço.
Os dois primeiros presos políticos a ser encarcerados foram postos em uma cela comum com outros homens presos naquela noite. Apenas dois entre os 20 presos aparentava ter mais de 35 anos. A maioria negros. Todos, absolutamente todos, com rostos sofridos de trabalhadores pobres. A maioria, preso por transporte de drogas.
Um dos presos políticos era um sem-terra. Conhecia outros dois presos, vizinhos na vila onde morara antes de acampar, estavam detidos por porte de drogas. Os três com rostos marcados pela dureza da luta pela sobrevivência. Comentava o sem-terra e seu companheiro que haviam sido presos durante manifestação pacífica contra o preço dos alimentos e por “bóia para as famílias”. Lembrava um deles “nós éramos apenas da equipe de animação, nem pudemos usar as mãos para defender os companheiros, pois fomos cercados e presos antes”. Todos os presos olhavam com certa admiração, alguns balançando a cabeça em apoio aos lutadores, enquanto outros chegavam a expressar que estávamos corretos e que assim deveria ser. Um deles ainda dizia: “é, o povo não sabe a força que tem”. Crescia uma certa identidade.
Em seguida, porém, os dois presos políticos foram retirados da cela, e colocados em uma cela ao lado, junto com os demais companheiros presos.
Ambas as celas eram cubículos, escuros, úmidos e muito frios, onde misturavam-se restos de pães, banana, urina e fezes, onde, por vezes, passavam ratazanas em busca de alimentos. Ali, sentados, os presos políticos passaram boa parte da noite. Fantasmas começavam a rondar suas mentes.
Eles foram ainda trocados de cela uma três vezes durante a noite, passando também por identificações, fotografias, etc. Depois de feitos os arquivos policiais sobre eles, chegou uma informação de que “o comandante queria ter em mãos seus arquivos”.
O mais duro durante a noite, porém, foi suportar o frio lancinante, que congelava seus corpos tinitantes, sentados em uma bancada gelada, durante toda a noite. Dormir um pouco era um sonho impossível.
Seria muito difícil manter a lucidez mental se aquelas condições materiais se mantivessem por mais tempo. Apenas a confiança na vitória infalível da luta popular e no sentido de missão que companheiros presos políticos cumprem na luta de classes, mantinha sua moral de pé. De fato, eram justamente aqueles com mais formação política os que conseguiam manter a lucidez militante e animar seus camaradas até o fim.
Sabidamente, a polícia e o estado seguiam com medo do poder do povo organizado. Por isso, tratou os presos políticos com relativa condescendência. Os horrores vividos foram mínimos perto do que passam os demais trabalhadores pobres presos por todo o estado, pelas mais diferentes desculpas. Quase todos, porém, jovens, em maioria negros.
Próximo das 9h os presos políticos foram chamados à identificação e, após algum período em suspenso, novamente com os rostos contra a parede do corredor, foram anunciados livres. Antes, porém, foram obrigados a caminhar pelo pátio do presídio, de braços cruzados frente ao corpo, em fila, ouvindo ordens aos berros dos policiais, que pareciam querer deixar marcas ainda na saída dos presos.
E eles tinham razão. Muitas marcas foram deixadas. Todas elas, porém, mesmo as mais lancinantes, são e serão transformadas em energia revolucionária. Pois agora, eles construíram mais algumas dezenas de inimigos mortais da ordem burguesa, ensinaram-nos mais um espaço decisivo para a organização e a luta de classes e nos firmaram decisivamente a convicção de que a justiça só será feita quando, quem estiver algemado, dentro daquelas senzalas, forem os que hoje se acham donos do poder.
Nem prisão ou morte
deterão a nossa ação,
de lutar pela Pátria e a Revolução!
Pátria Livre! Venceremos!
Após dispersar barbaramente o povo organizado, vieram para garantir seus troféus políticos. Prenderam o senhor que havia sido espancado por cinco policiais no chão e sua esposa, após arrocha-la com cacetadas nas costas, enquanto, desesperada, tentava cuidar da saúde de seu marido. Em seguida, cercaram o carro-de-som, colocando uma pistola na cabeça do motorista, para arrancar a ele e seu auxiliar de dentro da gabine. Mais dois presos. Os próximos foram os membros da equipe de animação: gaiteiro, cantora, dois violeiros e dois animadores. Todas prisões políticas, arbitrárias e violentamente efetivadas, sem acusações em bases legais.
Três membros da equipe de animação foram arrancados a força de cima do carro-de-som. Antes que estes chegassem às escadas, gritava um dos policiais de choque que torcia seus cabelos e braços: “não me custa nada te atirar daqui de cima”. Enquanto isso, a advogada do movimento apresentava sua carteira da OAB ao comando, tentando evitar tais agressões. Apenas ouve-se o comandante gritar para a advogada: “cala essa boca filha da puta”. E também a advogada foi por eles algemada.
Um dos animadores presos teve de ficar de costas com o rosto apertado no carro-de-som, enquanto sua mochila era revistada. Durante isso, um dos policiais falou a outro: “vamos *** ele”, utilizando uma gíria policial que significa inserir nos materiais do preso algo que possa incrimina-lo. Tendo o rapaz ouvido isso e chamado a atenção da imprensa, os policiais mandaram-no calar e forçaram-no a sentar na calçada. Em seguida, ele foi brutalmente algemado, tendo seu braço esquerdo torcido ao extremo de quase quebrar-se. Enquanto ele era arrastado por dois policiais para um camburão, os policiais lhe gritavam: “fala agora filha da puta, fala agora! Tu tá em todas, né?! Nós queria te grampear a tempo! Fala agora filha da puta”.
Dentro do camburão, já se encontravam os demais 10 companheiros presos, todos algemados. Um deles, inclusive, era o senhor com o pulmão perfurado, a esta altura, já cuspindo sangue, branco como papel. Sua esposa, algemada na outra ponta do camburão, apenas chorava.
Após muito tempo perdido com identificações dos “criminosos”, o senhor mais ferido foi levado ao hospital, onde teve de passar 3 dias imobilizado e com um dreno retirando-lhe 2 baldes de sangue dos pulmões.
Levados com sirenes ligadas até o palácio da polícia, os trabalhadores foram mantidos algemados em uma sala toda gradeada. Durante toda a tarde, tiveram de identificar-se diversas vezes, ouvindo inúmeras ironias dos policiais. Para além das diversas referências a que “baderneiros tem mesmo é que apanhar e ser presos”, surpreendeu a declaração de uma policial que defendia abertamente que “precisamos mesmo é que os militares venham colocar ordem nessa história” (!)
Aqueles presos que precisavam, por exemplo, ir ao banheiro, eram obrigados a esperar mais de hora pela boa vontade dos carcereiros, que ainda obrigavam aqueles que estavam algemados juntos a ir nestas mesmas condições ao banheiro.
Diversos policiais e funcionários manifestaram solidariedade aos presos políticos, mas se mostravam acossados pela amarras do estado burguês.
A realidade é que os presos apenas não foram mais maltratados, porque a polícia e o governo se sentiram obrigados a respeitar o poder do povo organizado nos movimentos sociais. Eles sabem que aprendemos a transformar desrespeitos em luta popular.
Graças a isso, e a falta de provas que justificassem a solicitação do Coroné Mendes de que os trabalhadores fossem presos por crimes “em flagrante”, foi estabelecido um acordo com o delegado de que os presos seriam mantidos no palácio da polícia, até a decisão da juíza sobre a correção ou não de eles serem despachados para penitenciárias comuns.
Entretanto, próximo das 22h, quando os advogados tiveram de ausentar-se para audiência com a Juíza, o delegado recebeu ordens do núcleo do governo, de levar a força os trabalhadores para presídios comuns. Durante minutos de muita tensão, toda a negociação estabelecida anteriormente, que parecia sólida, se desmanchava no ar. Todos seus pertences tiveram de ser deixados para traz em meio a correria. Homens e mulheres foram separados, colocados dentro de camburões que assemelhavam-se as caixinhas minúsculas nas quais eram trazidos os trabalhadores africanos seqüestrado na África para a escravidão no Brasil. Carros gradeados como se carregassem animais ferozes. Novamente com sirenes ligadas, os “criminosos” foram levados com muito alarde a sua nova senzala.
Os homens foram deixados no Presídio Central, e as mulheres levadas para o presídio feminino.
Na penitenciária masculina, o motorista da civil que deixou os homens ainda lhes disse: “eu sinceramente sinto muito por isso. Vocês estão certos. Mas está é a ordem, né?!”
Já dentro do presídio, os trabalhadores foram postos com os rostos contra uma parede, ao lado de dois jovens negros, de chinelos de dedo e pés sujos de cal, algemados. Aos gritos e pauladas na parede, os dois foram levados primeiro. Depois de identificados, os presos políticos foram, dois a dois, de braços cruzados a frente do corpo, para a revista. O ambiente era digno de filmes de horror. Paredes podres, caindo sozinhas, tudo muito gelado e úmido. Celas muito protegidas se apresentavam desde o início do corredor.
Durante as revista, os homens eram obrigados a despir-se completamente, retirar todos seus pertences, inclusive alianças ou crucifixos. Nus, eram obrigados a agachar-se algumas vezes em frente aos policiais. A dureza nas ordens dadas pelos agentes já indicava quem mandaria lá dentro e quem deveria apenas obedecer calado. A humilhação e o rebaixamento humano são as marcas daquele espaço.
Os dois primeiros presos políticos a ser encarcerados foram postos em uma cela comum com outros homens presos naquela noite. Apenas dois entre os 20 presos aparentava ter mais de 35 anos. A maioria negros. Todos, absolutamente todos, com rostos sofridos de trabalhadores pobres. A maioria, preso por transporte de drogas.
Um dos presos políticos era um sem-terra. Conhecia outros dois presos, vizinhos na vila onde morara antes de acampar, estavam detidos por porte de drogas. Os três com rostos marcados pela dureza da luta pela sobrevivência. Comentava o sem-terra e seu companheiro que haviam sido presos durante manifestação pacífica contra o preço dos alimentos e por “bóia para as famílias”. Lembrava um deles “nós éramos apenas da equipe de animação, nem pudemos usar as mãos para defender os companheiros, pois fomos cercados e presos antes”. Todos os presos olhavam com certa admiração, alguns balançando a cabeça em apoio aos lutadores, enquanto outros chegavam a expressar que estávamos corretos e que assim deveria ser. Um deles ainda dizia: “é, o povo não sabe a força que tem”. Crescia uma certa identidade.
Em seguida, porém, os dois presos políticos foram retirados da cela, e colocados em uma cela ao lado, junto com os demais companheiros presos.
Ambas as celas eram cubículos, escuros, úmidos e muito frios, onde misturavam-se restos de pães, banana, urina e fezes, onde, por vezes, passavam ratazanas em busca de alimentos. Ali, sentados, os presos políticos passaram boa parte da noite. Fantasmas começavam a rondar suas mentes.
Eles foram ainda trocados de cela uma três vezes durante a noite, passando também por identificações, fotografias, etc. Depois de feitos os arquivos policiais sobre eles, chegou uma informação de que “o comandante queria ter em mãos seus arquivos”.
O mais duro durante a noite, porém, foi suportar o frio lancinante, que congelava seus corpos tinitantes, sentados em uma bancada gelada, durante toda a noite. Dormir um pouco era um sonho impossível.
Seria muito difícil manter a lucidez mental se aquelas condições materiais se mantivessem por mais tempo. Apenas a confiança na vitória infalível da luta popular e no sentido de missão que companheiros presos políticos cumprem na luta de classes, mantinha sua moral de pé. De fato, eram justamente aqueles com mais formação política os que conseguiam manter a lucidez militante e animar seus camaradas até o fim.
Sabidamente, a polícia e o estado seguiam com medo do poder do povo organizado. Por isso, tratou os presos políticos com relativa condescendência. Os horrores vividos foram mínimos perto do que passam os demais trabalhadores pobres presos por todo o estado, pelas mais diferentes desculpas. Quase todos, porém, jovens, em maioria negros.
Próximo das 9h os presos políticos foram chamados à identificação e, após algum período em suspenso, novamente com os rostos contra a parede do corredor, foram anunciados livres. Antes, porém, foram obrigados a caminhar pelo pátio do presídio, de braços cruzados frente ao corpo, em fila, ouvindo ordens aos berros dos policiais, que pareciam querer deixar marcas ainda na saída dos presos.
E eles tinham razão. Muitas marcas foram deixadas. Todas elas, porém, mesmo as mais lancinantes, são e serão transformadas em energia revolucionária. Pois agora, eles construíram mais algumas dezenas de inimigos mortais da ordem burguesa, ensinaram-nos mais um espaço decisivo para a organização e a luta de classes e nos firmaram decisivamente a convicção de que a justiça só será feita quando, quem estiver algemado, dentro daquelas senzalas, forem os que hoje se acham donos do poder.
Nem prisão ou morte
deterão a nossa ação,
de lutar pela Pátria e a Revolução!
Pátria Livre! Venceremos!
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