Somos um grupo de jovens que não baixam a cabeça para as injustiças e desigualdades. Entendemos que só com o povo unido, metendo a mão junto, é possível construir o novo mundo com que sonhamos.
O Levante atua junto aos movimentos da Via Campesina e movimentos urbanos como o Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), com a intenção de construir a organização popular em comunidades, vilas, escolas, assentamentos e acampamentos do Rio Grande do Sul.
A POESIA QUE ALIMENTA NOSSA LUTA
Cristina Nascimento
Vivemos numa mentira contada e repassada por nós mesmos Pelos nossos pais, avós, de geração em geração, até chegar aos nossos filhos. O que seria a verdadeira história do nosso querido Brasil. Quem descobriu o Brasil? O branco, o negro ou o índio. Até quando vamos aceitar os fatos históricos que nos contam O que seria a verdade para um Brasil tão rico e tão pobre ao mesmo tempo Deixamos que eles se apropriem de nossas almas e nossa indignação Do que valeu a morte de tantos negros e índios se já não lutamos mais... Sendo assim questionaremos a história contada e iremos atrás da verdadeira Não vamos mais deixar eles se apropriarem de nossas vidas. Estudaremos! Pensaremos com calma e a nossa maior motivação será mudar este futuro Onde crianças passam fome, onde não se tem uma visão de uma vida melhor. Até quando iremos aguentar viver só para comprar comida e se acomodar desta maneira Somos nós que sofremos na pele o racismo, a exclusão, a exploração. Então a história tem que ser contada de forma correta, pois cansamos do sistema falar por nós Por que estamos lutando e o nosso povo irá se libertar.
Quem poderia dizer que aqueles dois simpáticos senhores, no café da Cultura, estavam pensando os destinos do mundo?
- Vocês deviam ser como nós! Vamos lá! Vamos transformar o mundo em uma ditadura sem limites. Acabamos de lançar o Centro Cultural Universal, investimento de 10 bilhões de dólares, aço escovado e vidro, teto removível, 6 bilhões de livros. Mas as reportagens políticas são retiradas. - Não sei não... Aqui também é assim... Viu o caso do cartunista demitido por falar mal dos Bancos? - E nada de “poluição espiritual”. Erotismo e gente falando mal do passado são proibidos. - Isso é estratégia antiga, custa caro. Deixe-os muito ocupados para sobreviver e estarão muito cansados para tentar entender. Tire deles qualquer ordem maior capaz de investir no bem comum, de modo que subir a escada seja tarefa de cada um. Da favela para a universidade. - Isso vende bem, é “moral”, ética do trabalho... E vocês, no fundo, controlam também a informação, não? Digo, há empresas gigantes, diversificadas, que mandam em estados inteiros, não? - Se fizeres bons acordos com super-poderes de informação, de modo que os conceitos, a linguagem, a cultura desapareça, e nada faça sentido, até que percam sua identidade e regridam até a animalidade, depressão e violência... - É prático, até. Esse negócio de ter de abrir livros da Amazon, perseguir escritores piratas, cansa... Adoro como vocês criam uma identidade obcecada, o desejo, incentivam a frustração, o prazer individualista, até a solidariedade virar uma piada. A atriz famosa só pensa em cinzeiros de prata, carros importados, viagens e drogas e o cara da favela só pensa em ser a atriz famosa. - Sim, claro... A violência se espalha no mundo abandonado. Deixe 25 anos Nova Orleans sem investimento e a própria natureza se encarrega de acabar com a pobreza... - E a classe média? - Estarão endividados para comprar celular, roupas caras e pagar academias... O belo deve ser oferecido num contexto de a-pensamento. Quem dá a arte é quem dá a verdade. Mas, enquanto isso, deve retirar todas as limitações legais contra o poder das corporações, de modo a que se você poluir um rio, não tenha que pagar por isso... - É, dá inveja desse mundo de vocês. Bem, vamos continuar nossa discussão no hotel. O Poder Global está todo lá.
Mulher: Se te ensinaram a ter uma voz macia, A amar com paixãoA cuidar com carinho - Isso não precisa ser um problema Mas se sua voz se cala diante de outra mais forte Se o amor vira submissão E se o cuidado impede a luta - Nem que seja por um momento Pode ser necessário gritar, Odiar E criticar com firmeza: Por amor Lira Alli A sociedade patriarcal capitalista desenvolve múltiplas desigualdades. Este sistema inaugura uma divisão entre público e privado e, extensivamente a esta, uma divisão entre produção e reprodução social. Desta forma, a divisão sexual do trabalho estabelece que a responsabilidade pela reprodução social é das mulheres no trabalho doméstico. O que garante, gratuitamente ao capital, a reprodução da força de trabalho, sendo, portanto, condição material da exploração e dominação que sofremos.
No trabalho fora de casa, geralmente em atividades extensiva as domésticas, também favorecemos a acumulação capitalista ao ocuparmos tarefas mais precarizadas, sem direitos trabalhistas com os menores rendimentos. Além disso, a dupla jornada de trabalho dificulta nossa organização política devido ao restrito tempo livre.
Somos responsáveis por 60% da economia mundial apesar da invisibilidade do trabalho doméstico e contraditoriamente 70% dos pobres do mundo. Estes dados demonstram como o capitalismo se apropria e aprofunda a desigualdade que marca a história das mulheres desde a origem da propriedade privada.
Com isto podemos afirmar que a classe trabalhadora não é homogênea. Analisar as particularidades do sujeito revolucionário e as formas ofensivas de exploração que este sofre pelo capital exige percebermos que a classe trabalhadora tem dois sexos. Ignorar esta realidade é fragmentar nossa condição de sujeito favorecendo portanto, este sistema. Nesta perspectiva, explicitarmos as desigualdades não divide a classe, ao contrário, possibilita-nos uma leitura de totalidade que potencializa a nossa luta pela emancipação.
Neste sentido, o encontro do nosso partido com o feminismo é necessário e urgente, pois o feminismo ao confrontar a propriedade privada e toda a ideologia que a sustenta se coloca como perspectiva estratégica para um instrumento revolucionário. Cabe neste momento, lembrarmos de experiências revolucionárias que por não perceber este caráter da luta feminista reproduziram em seu interior a ideologia e os mecanismos de opressão e desigualdade, entre homens e mulheres, na divisão sexual e política das tarefas revolucionárias.
A luta feminista não é isolada, é parte da luta de classes. Numa perspectiva dialética de totalidade, como nos ensina o método de Marx, o feminismo deve compor uma unidade com a luta classista. Afinal a emancipação das mulheres e dos homens impõe uma ruptura com o sistema capitalista, não apenas na base material da produção mas também, no campo dos valores, do modo de vida e da cultura.
Assim, compreendemos que não podemos construir nossa luta por liberdade e igualdade numa perspectiva etapista. Uma vez que o patriarcado, como sistema de dominação e exploração das mulheres, é anterior ao capitalismo e milenar está encarnado no tecido social. Destruí-lo é uma tarefa diária de todas as pessoas revolucionárias que devem, desde já, alimentar novos valores, pautados na igualdade, na solidariedade e na liberdade. Queremos uma revolução por inteiro, libertando mulheres e homens de todas as opressões!
Foi nesta perspectiva que as mulheres da Consulta Popular, representando 13 estados do Brasil, reunidas em seu I Encontro Nacional, na Escola Nacional Florestan Fernandes, firmaram seu compromisso de fortalecimento do nosso partido, com a construção do setor de mulheres. Vimos por meio desta carta, convidar a todas as mulheres e homens do nosso instrumento a compartilharmos ombro a ombro o desafio de imprimirmos uma perspectiva feminista ao caráter proletário, socialista e internacionalista de nossa revolução.
Para tanto, a auto-organização das mulheres do nosso instrumento, orientada pela luta de classe é uma tarefa política imprescindível. Cabendo ao conjunto da organização fortalecer esta luta, preenchendo com o lilás libertário os nossos corações vermelhos.
Sem Feminismo não há Socialismo!
Mulheres feministas socialistas, Guararema – SP, 07 de dezembro de 2008.
A maneira encontrada pelas elites para lidar com o desemprego e a pobreza foi criminalizar os desempregados, a juventude, os pobres e os movimentos sociais
10/12/2008 Editorial ed. 302
Cena 1: o carcereiro joga o garoto, um pré-adolescente, na solitária. Algum tempo depois, “alguém” ateará fogo ao seu corpo. Os outros garotos internados, ao verem a fumaça saindo pela janelinha da sela, começam a gritar, em desespero. O carcereiro atende, mas, por alguma razão misteriosa, “não consegue” achar a chave. O garoto morre torrado. Isso não aconteceu em alguma prisão da Alemanha nazista, nem em Israel, Iraque ou Guantánamo. Aconteceu em São Paulo, na antiga Febem, em 2003. Ninguém jamais foi punido.
Cena 2: a polícia militar invade um morro do Rio de Janeiro, com o suposto objetivo de caçar narcotraficantes. Porta um mandado de busca coletivo, que lhe autoriza a entrar em qualquer barraco situado naquela área. Independente das habituais atrocidades cometidas pela polícia em “missões” desse tipo – que incluem o assassinato de perigosos bandidos de oito anos de idade e o uso do sinistro “caveirão”, um tanque blindado inspirado nos veículos utilizados pelo exército israelense para reprimir a população palestina -, o próprio mandado coletivo é uma aberração jurídica. Ele elimina o direito constitucional à inviolabilidade do lar e coloca todos sob suspeita, simplesmente por residir em determinada região. Os favelados são coletivamente punidos, apenas por serem favelados. Caso residissem nos Jardins de São Paulo ou na Zona Sul do Rio de Janeiro, suas chances seriam infinitamente maiores de verem os seus direitos minimamente respeitados.
Histórias assim poderiam ser reproduzidas numa lista quase infinita de ignomínias e tragédias, como se comprovou ao longo de três longos, infinitos dias, entre 4 e 5 de dezembro, nas sessões do Tribunal Popular que julgou os crimes praticados pelo Estado brasileiro. Mães de vítimas inocentes colocaram para fora o seu grito de revolta, jovens relataram os crimes praticados pelos homens de farda, trabalhadores mostraram em seus próprios corpos os sinais da violência autorizada por governadores e coronéis.
Ao final dos trabalhos, impôs-se uma constatação terrível, da qual devem ser extraídas todas as conseqüências, por mais que a consciência resista a admitir o horror: está em curso no Brasil uma política deliberada de extermínio da população pobre, de trabalhadores jovens e honestos cujo imperdoável crime é portar a “cor errada” de pele, viver no “lado errado” das grandes cidades e ter uma baixa ou quase inexistente capacidade de consumo. Trata-se de uma população que, aos olhos das elites, é excessiva (existem milhões e milhões de desempregados), onerosa (pois consomem e demandam serviços públicos, se é que realmente exista algo que realmente mereça esse nome no Brasil), ameaçadora (que outro sentimento a Casa Grande poderia nutrir em relação à Senzala?).
A política de extermínio é calculada. Trata-se de uma guerra implacável, diária, permanente, sem tréguas. Os números não enganam: são 50 mil mortes por ano, mais de 100 por dia, segundos dados oficiais, como resultado de tiroteios e confrontos violentos com a polícia. A ONU considera que um país está em guerra civil quando o número de mortos por violência atinge a cifra anual de 15 mil.
Quando se considera que há uma política deliberada de extermínio, a extrema violência policial ganha novo significado. Ela não é gratuita, nem é provocada por meros impulsos de sadismo (embora, obviamente, não falte esse componente). Trata-se, muito mais, de uma prática voltada para a desmoralização do “inimigo” (no caso, os milhões de jovens e trabalhadores pobres), para o alastramento do clima do terror, para gerar a sensação de impotência diante da força bruta. “Para que, afinal, servem as leis?”, pergunta, perplexa, uma jovem quilombola de Ubatuba (SP). Sua angustiada pergunta resume, dramaticamente, o quadro criado pela tática terrorista das elites: as vítimas não têm a quem recorrer. A lei, as instituições não servem como proteção do arbítrio, da punição coletiva, do assassinato em massa. Sobram o terror e o desamparo.
Mas nem nisso as elites brasileiras são originais ou criativas. Os sucessivos governos da Colômbia, em particular o atual, encabeçado por Álvaro Uribe, há décadas pratica política semelhante, sob o pretexto de combater o narcotráfico. Na Colômbia foram criadas empresas de saneamento público (sic), destinadas a tirar os “desechables” (o lixo humano, os pobres, os pedintes, os camponeses e indígenas expulsos do campo pelo latifúndio e pela guerra civil) das ruas das grandes cidades.
A política de extermínio tornou-se, no Brasil, uma política de Estado – esta foi, provavelmente, a principal conclusão do tribunal. Não há como separar a administração pública da violência policial generalizada. A maneira encontrada pelas elites para lidar com o desemprego, a pobreza, a demanda de serviços públicos foi criminalizar os desempregados, a juventude e os trabalhadores pobre e os movimentos sociais que os representam. Exatamente por isso, a única maneira efetiva de acabar com a violência é destruir esse Estado repressor as elites que a criaram.
A guerra não cessará, até que caiam todos os generais do inimigo.
O que são? Os Estágios Interdisciplinares de Vivência são atividades desenvolvidas conjuntamente pelo Movimento Estudantil e por Movimentos Sociais Populares, com o objetivo de fomentar a consciência crítica dos estudantes e provocar questionamentos quanto às ações da Universidade, a formação acadêmica e a estrutura da sociedade. Tudo isso através da vivência da realidade dos Movimentos Camponeses, da reflexão e do estudo da realidade social, cultural, política e econômica do nosso país.
Como tudo começou? Esses estágios surgiram na década de 80, a partir de uma necessidade percebida pelos estudantes de agronomia em entender as conseqüências do modelo de desenvolvimento agrário que estava sendo implementado no país. Desde então a FEAB ( Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil) passou a construir os EIV´s, que, em 1992, foram premiados pela UNESCO como "Ação Destaque da Juventude Latino-Americana". Ao longo dos anos, diversos setores do Movimento Estudantil e Movimentos Sociais incorporaram-se na organização dos EIV´s, enriquecendo o mesmo com o caráter interdisciplinar.
E na prática? Os estágios são divididos em três partes: preparação (estudo, seminários e oficinas sobre questão agrária, movimentos sociais e economia-política); vivência (no cotidiano de famílias camponesas organizadas na Via Campesina - MAB, MST e MPA); retomada e luta (socialização das experiênciais, debates acerca da formação acadêmica, avaliação da experiência, propostas de encaminhamentos pra luta).
E eu com isso? Devido ao caráter interdisciplinar, os EIV´s tornaram-se importantes instrumentos pedagógicos que possibilitam aos estudantes de todas as áreas do conhecimento, vivenciar e compreender a realidade agrária brasileira, a luta pela terra, o povo camponês e a distância entre as universidades e essa realidade.
No verão 08/09 haverá EIV´s em diversas regiões do Brasil: SC, PR, SP, MG, RJ, ES, PB, PA. A FEAB convida para participar dessa experiência aqueles que tiverem interesse em conhecer de perto a realidade do povo camponês do nosso país. Participe!
Os professores da rede pública estadual do Rio Grande do Sul entraram em greve por tempo indeterminado. Cerca de 10 mil trabalhadores de todo o estado decidiram pela paralisação em assembléia geral realizada na última sexta-feira (14), no Ginásio Gigantinho, em Porto Alegre (RS).
Os professores exigem que a governadora Yeda Crusius retire o projeto de piso estadual encaminhado para avaliação dos deputados na Assembléia e aceite a lei federal A greve do Cpers recebeu o apoio de sindicatos de outras categorias, entre elas as associações de classe da Brigada Militar. Logo após o término da assembléia os professores marcharam até o Palácio piratini para protestar contra o governo. A secretária de Educação, Mariza Abreu, já ameaçou cortar o ponto dos grevistas e substiuí-los. Continua o processo de criminalização da luta dos trabalhadores.
CORREIO DO POVO PORTO ALEGRE, QUINTA-FEIRA, 6 DE NOVEMBRO DE 2008
Cartazes protestam contra a situação na Brigada
Cartazes de protesto contra a situação na Brigada Militar foram afixados ontem em paradas de ônibus, muros e paredes de ruas da Capital. Os impressos exibiam os números de PMs mortos em serviço e de brigadianos que teriam cometido suicídio, entre outras informações. Foram coladas peças inclusive no prédio do 9º BPM e no muro do 1º BPM, na avenida Ipiranga. 'Chega de arriscar vidas para defender quem quebra cadeia de comando', diz a mensagem assinada pela 'família brigadiana'. Para o comandante-geral da BM, coronel Paulo Roberto Mendes, é um processo natural, pois está sendo discutida a questão salarial. O presidente da Associação de Cabos e Soldados da BM, Leonel Lucas, disse desconhecer quem tenha colocado os cartazes, mas apoiou o ato, que busca chamar a atenção das autoridades.
Realizou-se na UFRGS nos dias 31/10 e 01/11 o I Seminário "A Universidade e os Movimentos Sociais". O evento, promovido pelo DCE-UFRGS, pela FEAB e pela Diretoria de Movimentos Sociais da UNE, pautou como temas centrais a relação do Movimento Estudantil e a relação da Universidade com os Movimentos Sociais Populares, além do processo de criminalização que os mesmos vêm sofrendo, especialmente no RS. Estiveram presentes representantes de Movimentos Sociais urbanos e camponeses, bem como sindicatos, professores, estudantes, entre outros. A abertura do evento contou com a participação do músico e militante do MNLM Eduardo Solari. Com o decorrer do Seminário o debate mostrou-se bastante produtivo, todavia tratando de temas a serem aprofundados, tendo como principal encaminhamento a criação de um Fórum que articule questões relativas à relação do ME e da Universidade com os MSPs. O Seminário contou com o apoio da Associação de Servidores da UFRGS (ASSUFRGS) e do Sindicato dos Petroleiros do RS (SINDIPETRO-RS).
Mais uma crônica do totalitarismo pilchado foi editada hoje pelas forças conservadoras encasteladas no poder governamental deste estado. Um requerimento assinado pelo palpiteiro futebolístico Cassiá Carpes (também conhecido por alguns como deputado), abre o debate na Assémbleia sobre a proibição de manifestações políticas em frente ao ao Piratini. Em verdade esta medida transpõe para o plano legal o que já vinha sendo uma prática da brigada no último período, impedir a liberdade de manifestação.
Em entrevista a impressa, o Cel. Mendes elogiou a iniciativa do deputado, como se fosse um gesto desvinculado do executivo, e sugeriu o anfiteatro pôr-do-sol como palco dos próximos protestos.
A incorporação dos princípios neoliberais no atual governo tem sido tão intensa que a contestação das organizações populares não têm conseguido acompanhar o ritmo da efetivação dessas políticas. No dia 29 de Outubro, mais um direito histórico dos servidores públicos foi suprimido, mas esta medida teve pouca repercussão na mídia e mesmo dentro do campo político de esquerda. Desta vez a tática do governo é criar mecanismos que cerceiem o direito a greve, principalmente a dos professores que já se anuncia no horizonte.
As medidas repressivas e neoliberais, assumidas pelo Governo Yeda se configuram cada vez mais como a versão gaúcha, ou o equivalente histórico do Governo Pinochet no Chile.
Leia o que saiu na zero hora: Rosiane de Oliveira
PARA INIBIR GREVES
Um decreto da governadora Yeda Crusius publicado ontem no Diário Oficial deve inibir as greves de servidores públicos e ampliar as divergências entre os sindicalistas e o governo. O decreto estabelece o corte automático do ponto dos funcionários públicos que fizerem greve, mesmo que a paralisação seja de apenas um dia.
Se fosse apenas o desconto automático dos dias parados, o decreto já seria polêmico, mas o que está por trás da decisão do governo tem um poder ainda mais inibidor das greves no setor público: quem aderir à paralisação não terá a efetividade registrada em sua ficha funcional. Trocando em miúdos, isso significa que a falta será considerada não-justificada, interrompendo a contagem do tempo para a obtenção da licença-prêmio de três meses a que o funcionário tem direito a cada cinco anos de trabalho. A condição para a obtenção do benefício é não ter, nesse período, nenhuma falta não-justificada. Na prática, o controle da presença é frouxo na maioria dos órgãos públicos e quase ninguém deixa de ganhar licença-prêmio por faltar uma que outra vez ao trabalho.
O secretário-geral de Governo, Erik Camarano, diz que o decreto foi editado para orientar os gestores de cada secretaria e dar tratamento igualitário aos servidores de cada área. Até então, o desconto ou não dos dias parados dependia da evolução das negociações. Como a greve no setor público ainda não foi regulamentada, o governo gaúcho se baseia numa decisão do Supremo Tribunal Federal que manda aplicar aos servidores as mesmas regras válidas para os trabalhadores do setor privado.
– O desconto no salário é o ônus de quem opta pela greve – alegou Camarano.
Líder da bancada do PT, o deputado Raul Pont criticou o decreto da governadora e acusou Yeda de “intimidar o exercício do direito de greve do funcionalismo estadual”.
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As pressões dos movimentos sociais começam a surtir efeito, ao menos no que diz respeito a um direito básico como o acesso ao Ensino Médio. Esta semana o Ministério da Educação encaminhou ao Palácio do Planalto uma proposta que torna o Ensino Médio obrigatório. Esta bandeira histórica das organizações sindicais dos professores, foi incorporada pelo Levante da Juventude, sendo tema de um abaixo-assinado que pretende materializar a pressão popular para efetivação dessa medida.
Apesar de ser uma boa notícia, ainda não há garantias de que essa demanda será aprovada pela Câmara e atendida pelos governos, para tanto é preciso manter a mobilização.
Leia notícia na íntegra:
Ministério da Educação propõe 14 anos de ensino obrigatório 31/10/2008
O ministro da Educação, Fernando Haddad, encaminhou ao Palácio do Planalto, na terça-feira 28, uma proposta de mudança no tempo mínimo de ensino obrigatório, dos atuais nove anos para 14 anos. De acordo com o documento, as crianças teriam de ser matriculadas na escola aos quatro anos de idade e permanecer até os 17, pelo menos. Esse período abrange a pré-escola (quatro e cinco anos), ensino fundamental (seis a 14) e ensino médio (15 a 17). Hoje, a obrigatoriedade é apenas para o ensino fundamental. "Estamos discutindo as regras de transição com o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) para que isso se efetive em torno de cinco ou seis anos", afirmou Haddad. A mudança deve ser feita por proposta de emenda à Constituição, mas o projeto ainda não foi apresentado à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal. Haddad enviou ao Planalto apenas uma nota técnica com suas intenções. Segundo o ministro, esse movimento começou na América Latina. A intenção era que o ensino médio passasse a ser obrigatório no continente. O Brasil apresentou emenda a essa tese, afirmando que a medida seria ineficaz se não houvesse o complemento da pré-escola. Um estudo do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) comprova que uma criança com acesso à pré-escola tem 32% mais chances de concluir o ensino médio. Isso justifica, segundo Haddad, a ampliação da obrigatoriedade da matrícula entre quatro e 17 anos. "Se conseguimos, em um ano, aumentar de 67% para 70% as matrículas na educação infantil das crianças de quatro e cinco anos, com o Fundeb e o Proinfância agora é possível acelerar esse passo", diz o ministro, referindo-se à inclusão da educação infantil no repasse do fundo e ao programa de construção de creches e pré-escolas. Haddad acredita ser razoável aumentar em 5% ao ano o atendimento nessa etapa, que chegaria a 95% em cinco anos. Se a proposta for aprovada, a mudança será feita em sintonia com prefeitos e governadores. "Não adianta mudar, por lei, sem que Estados e municípios tenham a capacidade de receber essas crianças."
No mês de setembro, estudantes do Julinho abriram uma discussão ampla e reuniram-se para tomar uma posição (mesmo sendo de esclarescimento) sobre um projeto que ja fôra aprovado e estava por entrar em execução no final do mesmo mês.E este projeto vai além do Julinho, está em muitas outras escolas, principalmente, nas grandes como o Instituto de Educação. Este é o manifesto que os estudantes do Julinho circularam dentro do colégio:
"ALUGA-SE!" Projeto Unibanco: O inicio de uma privatização Educação não é Mercadoria! Vamos nos movimentar e não deixar que o Julinho seja "alugado"
Neste sábado (27/9/2008) haverá aqui na escola o lançamento do projeto Unibanco, e a direção esta convidando toda comunidade escolar para participar. Mas você sabe que projeto é esse???? Com certeza não, porque a comunidade Juliana não foi questionada sobre o projeto e nem ao menos este projeto foi apresentado, quem dirá discutido entre a comunidade escolar desta centenária escola, que sempre teve a democracia encravada em seu DNA.
O Conselho Escolar do Julinho aprovou esse projeto?Você conhece alguém do Conselho Escolar?
No ano passado 25 escolas distribuídas em Porto Alegre e grande Porto Alegre (destas 11 só em Porto Alegre) foram selecionadas para participar de um projeto da secretaria de educação do Rio Grande do Sul em conjunto com o instituto Unibanco. O projeto chama-se Jovem de futuro, projeto este que oferece para cada escola selecionada o valor de R$100 por estudante regularmente matriculado, anualmente.E, além disso nós ja pagamos imposto pra termos uma educação, sendo que a secretaria de educação do estado tem esse compromisso.E o Unibanco recebe financiamento público para tal projeto.
Mas infelizmente o preço que pagaremos por este projeto do instituto Unibanco pode ser caro de mais para a educação pública...
Acções do Projeto
Resultados
Controlar a evasão
Busca desenfreada pela assiduidade dos alunos sem pensar na estrutura pedagógica e econômica
Promover a participação professores e alunos - premiando-os em concursos, por assiduidade, ...
Cria no ambiente escolar o clima de competição e distinção entre as pessoas na comunidade escolar.
Oferecer custeio de projetos dos Grêmios estudantis
Movimento Estudantil engessado, pois torna a organização estudantil refém do dinheiro do banco
Somente 25 escolas receberão o projeto
Aumento da desigualdade entre as escolas públicas.
Melhorar o desempenho
Interferência no Calendário Letivo, com planos de metas que vão desmobilizar as lutas, e assim retirar a pressão que o Julinho sempre fez ao estado, e o estado assim retirar-se de sua obrigação Constitucional.Abrindo realmente o nosso Julinho a gestão de empreendedorismo assistencialista-neo-liberal.
Movimento Contra a Privatização do Julinho
As direções das escolas que se inscreveram neste projeto, o viram como uma salvação.O Julinho foi sorteado entre outras escolas, e foi aprovado este projeto de forma antidemocrática, sem passar pelo Conselho Escolar.
O Movimento Contra a Privatização do Julinho se reunirá em breve, e está aberto ao diálogo com outras escolas de uma forma democrática - o que não aconteceu quando o projeto foi aprovado no ano passado - levando este assunto à Comunidade Escolar e à população.
Além do fato de o Unibanco ser um banco!Um banco multinacional que explora seus bancários, e que esses trabalhadores bancários estão em greve... é só ir na agência do centro do Unibanco e ver o quanto o Unibanco preocupa-se com a questão social: "Estamos em Greve".
Leandro da Silva - Resistência Popuplar
Acréscimo de uma militante sindical da Resistência Popular Sobre o projeto UNIBANCO:
Para quem não sabe, este projeto do UNIBANCO está atuando em 25 escolas. Consiste em oferecer oficinas profissionalizantes no turno inverso de estudo para alguns alunos selecionados. Esses alunos ganham 100 reais por mês além do curso. O projeto também determina metas para a escola onde está atuando, em termos de aprovação e outras. Este projeto é uma PPP.
No início de 2008, o projeto foi apresentado às escolas de ensino médio e 50 delas se candidataram a participar, mas haveria um sorteio e apeas 25 seriam "contempladas". O CPERS-Sindicato chamou reunião com diretores de escola para discutir sobre o assunto. Porém, a reunião foi esvaziada. Corria em paralelo às (poucas) ações do sindicato um movimento, articulado por alguns diretores de escolas grandes e influentes (Instituto da Educação, Julinho, etc), que estava tentando tirar Mariza Abreu e fazer Fortunatti retornar ao cargo, e este movimento chegou a reagir fortemente contra as enturmações e fechamentos de bibliotecas, mas foi a favor do Projeto Unibanco.
Essa grana que o Instituto UNIBANCO está prometendo injetar nas escolas é pública, e foi liberada para o banco já no início de 2008. Pergunta: por que o UNIBANCO só liberou essa grana agora, quase no fim do ano? Acho que não precisa responder, né...essa grana rendeu muito de março pra cá, e quem vai ficar com os rendimentos? As escolas é que não são...
Das escolas que participaram do sorteio, 25 foram selecionadas. E o que o Leandro colocou é real: a equipe do UNIBANCO que coordena o projeto interfere em tudo na escola; participa de todas as reuniões pedagógicas, das reuniões do Conselho escolar, dá palpite no calendário, nos projetos dos professores, em tudo. Inclusive, constrange colegas que querem paralisar e/ou fazer projetos mais politizados com os alunos.
As escolas tinham a opção de aderir ou não ao projeto. Pela nossa legislação, o Conselho Escolar é quem deveria decidir isso (é composto por pais, alunos, professores e funcionários). Porém, a SEC e o UNIBANCO centralizaram tudo na pessoa dos diretores/as, e a opção de assinar o termo de adesão ficou na mão dos direitores/as, passando por cima do papel dos Conselhos Escolares. Como na maioria das escolas os Conselhos Escolares são esvaziados e/ou da panelinha dos diretores, ninguém chiou.
O PROJETO UNIBANCO não é a única PPP a entrar para as escolas no governo Yeda. Há também o "Projeto de alfabetização de crianças de 6 anos", gerenciado pelo Instituto Ayrton Senna, GEEMPA e Instituto Alfa e Beto , e ainda o "Projeto Acelera", gerenciado pelo Instituto Ayrton Senna. Eles captam grana pública com projetinhos, concorrem em licitações e administram projetos pedagógicos nas escolas. Com a grana, capacitam professores com suas teorias de qualidade total e aceleração, produzem material pedagógico, controlam as metas e objetivos, controlam a atuação dos professores, fazem lavagem cerebral nos mesmos, que ficam muito felizes por finalmente estarem ganhando alguma formação e algum material. São as OSCIPS em ação.
O PROJETO UNIBANCO por enquanto é o mais agressivo, porque realmente entrou nas escolas com tudo: com equipe onipresente e com simbologia pesada: tratam de espalhar faixas e símbolos do banco pela escola inteira. E ai do professor ou aluno participante das oficinas resolverem paralisar...
O sindicato está realmente calado e não conseguiu provocar a discussão em relação a esses projetos. Resta às escolas isoladamente tentarem resistir. Aí está a lista das escolas participantes: Escolas que receberão apoio técnico e financeiro e as que serão apenas monitoradas pelo projeto:
Grupo de Tratamento (que receberam a grana e as oficinas):
CE. Julio de Castilhos (Porto Alegre)
CE. Formação de Prof. General Flores da Cunha (Porto Alegre)
IE Dom Diogo de Souza (Porto Alegre)
IEE Paulo da Gama (Porto Alegre)
CE. Dom João Becker (Porto Alegre)
CE. Florinda Tubino Sampaio (Porto Alegre)
EEEM Santos Dumont (Porto Alegre)
EEEM Santa Rosa (Porto Alegre)
IE Professora Gema Angelina Belia (Porto Alegre)
CE. Ruben Berta (Porto Alegre)
CE. Prof. Elmano Lauffer Leal (Porto Alegre)
CE. Marechal Rondon (Canoas)
EEEM Guarani (Canoas)
EEEB Prof. Gentil Viegas Cardoso (Alvorada)
CE. Antonio de Castro Alves (Alvorada)
EEEB Julio Cesar Ribeiro de Souza (Alvorada)
EEEM Sen Salgado Filho (Alvorada)
CE. Barbosa Rodrigues (Gravataí)
EEEM. Carlos Bina (Gravataí)
EEEM Tuiti (Gravataí)
CE. Antonio Gomes Correa (Gravataí)
EEEM Açorianos (Viamão)
CE. Alcebiades Azeredo dos Santos (Viamão)
EEEM Ayrton Senna da Silva (Viamão)
EEEM Vale Verde (Alvorada)
Grupo de Controle (que o Projeto UNIBANCO está acompanhando, mas sem oficinas e grana ainda, pq não foram sorteadas):
CE. Inácio Montanha (Porto Alegre)
EEEB Almirante Bacelar (Porto Alegre)
Instituto Est. Rio Branco (Porto Alegre)
EEEM José do Patrocínio (Porto Alegre)
CE. Candido José de Godoi (Porto Alegre)
ETE Irmão Pedro (Porto Alegre)
CE. Piratini (Porto Alegre)
CE. Elpídio Ferreira Paes (Porto Alegre)
CE. Presidente Arthur da Costa e Silva (Porto Alegre)
CE. Coronel Afonso Emílio Massot (Porto Alegre)
EEEM Infante Dom Henrique (Porto Alegre)
EEEM Affonso Chalier (Canoas)
EEEM São Francisco de Assis (Canoas)
EEEM Nossa Senhora Aparecida (Alvorada)
CE. Érico Veríssimo (Alvorada)
EEEM Campos Verdes (Alvorada)
IE Nossa Senhora do Carmo (Alvorada)
EEEM Morada do Vale I (Gravataí)
EEEM Dr. Luiz Bastos do Prado (Gravataí)
EEEM Adelaide Pinto de Lima Linck (Gravataí)
EEEM José Mauricio (Gravataí)
IEE Isabel de Espanha (Viamão)
EEEM Governador Walter Jobim (Viamão)
EEEM Orieta (Viamão)
EEEM Érico Veríssimo (Canoas)
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Dez manifestantes e dois policiais ficaram feridos durante o encerramento da 13ª Marcha dos Sem, em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre (RS). A atividade, realizada anualmente por sindicatos e movimentos sociais, iniciou às 14h desta quinta-feira (16), no Parque da Redenção. De lá, os manifestantes seguiram em caminhada para o Centro Administrativo, onde servidores públicos e professores protestavam pelo piso salarial nacional para o magistério, e depois encerrariam o protesto em frente ao Palácio Piratini.
A marcha seguiu tranqüila até chegar na sede do governo gaúcho. Quando os manifestantes estavam se organizando em frente ao Palácio, a tropa de choque da Brigada Militar impediu, sem qualquer motivo, a passagem do carro de som. Lideranças sindicais tentaram negociar com o comando policial, que se mostrou irredutível. Em meio a uma discussão geral, a tropa de choque atirou com balas de borracha e lançou bombas de gás sobre os manifestantes.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) , Celso Woyciechowski, condena a ação truculenta da Brigada Militar. Ele diz que não havia motivo para a repressão pois a marcha seguia tranqüila.
"Nós atingimos o nosso objetivo de protestar. Lamentavelmente, nosso objetivo teria sido alcançado com maior êxito se não fosse a truculência da governadora e da Brigada Militar", afirma.
Deputados estaduais foram para a frente do Palácio a fim de acalmar os ânimos e negociar a liberação do carro de som. Os parlamentares abordaram o comandante-geral da Brigada Militar, Paulo Mendes, que foi vaiado por pessoas que estavam no local e foi chamado de "fascista" por manifestantes. Depois de muito diálogo, o comandante permitiu a passagem do veículo para frente do palácio.
O deputado estadual Dionilso Marcon (PT) participou da negociação e comparou a postura da polícia e do governo com períodos de repressão, como o da Ditadura Militar.
"Por costume, sempre teve manifestações em frente ao Palácio Piratini. Inclusive no tempo da Ditadura Militar, com o carro de som parando aqui. Isso mostra que ela [governadora] não quer enxergar os pobres do RS", afirmou.
Com a passagem do carro de som, os manifestantes encerraram a 13ª Marcha dos Sem cantando o hino do Rio Grande do Sul. Apesar da repressão, as organizações afirmam que não irão parar com os protestos. A presidente do Cpers Sindicato, Rejane de Oliveira, conta que os professores estudam a possibilidade de entrar em greve no próximo ano.
"Nós não vamos calar nossa boca. Os trabalhadores em educação têm uma campanha salarial pela frente. Nós estamos lutando pela manutenção do nosso plano de carreira, pela implementação do piso nacional como básico. Nós entendemos que o coronel Mendes não tem mais condições psicológicas para garantir a segurança do povo gaúcho. Nós queremos a demissão desse coronel porque ele representa um perigo para a população, reclama.
No início da noite, o comandante-geral Paulo Mendes concedeu entrevista coletiva à imprensa em que afirmou que a Brigada Militar teve que intervir para manter a ordem em frente ao Palácio Piratini. Como nas outras vezes, a governadora Yeda Crusius não se pronunciou sobre o acontecimento.
A exatos 41 anos da morte do Che a música do compositor e violonista uruguaio Eduardo Solari, a intervenção da Oficina Popular de Teatro da Restinga e um bom bate papo com o Professor da UFRGS Jorge Qüillfeldt na sua palestra Che no século XXI, marcaram o lançamento, pela Editora Expressão Popular, da biografia Ernesto Guevara , também conhecido como Che de Paco Ignácio Taibo II no Quilombo das Artes na escadaria da Borges, 719.
O Evento organizado pelo Grupo Utopia e Luta, Associação Cultural José Marti e Via Campesina teve início às 20h de ontem foi um momento importante e místico para relembrar a historia do nosso querido Che e também pra discutir a questão da mitificação do Líder que é justamente uma abordagem que diferencia o livro de outras biografias sobre Che Guevara.
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Na orelha do livro...
Che é um dos revolucionários mais conhecidos e admirados do mundo. Há mais de 40 anos de sua morte – e 80 anos de seu nascimento – seu compromisso com a história permanece um símbolo de rebelião, esperança e justiça. Ernesto Guevara, também conhecido como Che é uma biografia minuciosa e detalhada, que revela na sua plenitude um homem sempre pronto para a luta. Paco Ignácio Taibo II, a partir de um vasto material e recorrendo a textos do Che – fragmentos de cartas pessoais e públicas, diários, notas manuscritas, artigos, poemas, livros, discursos, conferências, declarações em atas, entrevistas, frases e testemunhos de companheiros –, faz do próprio Che o segundo narrador desta história.
Este livro, escrito com grande intensidade e dedicação, por sua fidelidade histórica, é uma crítica contundente aos que querem separar Che de suas idéias e limitar sua herança a rótulos. Esta obra é também uma resposta aos que usurpam sua trajetória, adulterando-a, para golpear seus camaradas de armas. Após a leitura destas páginas, o mito reencontra o homem, seu pensamento e ação. Assim nos colocamos diante daquele que foi “o mais sóbrio praticante do socialismo” (Debray) e “o mais completo ser humano de nossa época” (Jean-Paul Sartre).
Nesta terça-feira, o Levante Popular da Juventude e o Coletivo Muralha Rubro Negra realizaram o seminário Pra que(m) serve o teu conhecimento? na sala Pantheon do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - Campus do Vale, em Porto Alegre. O evento iniciou às 14h e teve a participação de José Carlos Gomes dos Anjos, representante do Movimento Negro; Raquel Monteiro, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Leonardo Leitão, dos cursinhos populares e Vera Poty, professor de Guarani.
O objetivo do seminário era debater a finalidade do conhecimento acadêmico produzido nas universidades públicas, a partir de pontos de vista marginais a este espaço. Deste modo, Raquel Monteiro abordou as alternativas ao atual modelo de educação, com base nas experiências pedagógicas do Movimento Sem-Terra. Leonardo Leitão defendeu a idéia de que o conhecimento oriundo das universidades públicas é uma produção coletiva em todos os sentidos, e que deste modo deve necessariamente retornar aos segmentos marginalizados da sociedade, em contraposição ao contexto atual de apropriação privada deste saber. Vera Poty falou sobre a necessidade de dominar o conhecimento do branco como forma de “defesa” do seu povo. Por fim José Carlos dos Anjos argumentou que mais importante do que “levar” o conhecimento científico aos “outros”, é preciso fazer com que estes conhecimentos “outros” “implodam” o atual modelo de universidade.
Durante as intervenções foi apresentada uma proposta de continuidade deste questionamento ao caráter da universidade através da formação de frentes de organização que se mobilizarão em torno de bandeiras específicas, tais como a construção de estágios de vivências nos movimentos sociais, o suporte aos cursinhos populares, as ações afirmativas na graduação e na pós e a defesa da educação básica.
Ao término do seminário, os participantes foram convidados a fazer uma ação direta repintando o mural do prédio de letras que tinha sido alvo de sabotagem semanas atrás. Quase todos os participantes, incluindo os palestrantes participaram do ato de repintura do mural.
O ato muralista idealizado pelo Coletivo Muralha Rubro Negra em conjunto com o Levante Popular da Juventude foi mais uma vez publicado no periódico zerohora. No entanto o real propósito do ato, o de questionar o papel da universidade pública na sociedade, está sendo diluído pela mídia corporativa. A zerohora apenas tangencia o tema central e lança em suas matérias, questionamentos paralelos, secundários, evasivos e vazios como: Na sua opinião, (...) é vandalismo ou uma forma de revitalização do espaço?
A tentativa de escamotear o debate é uma característica da mídia burguesa que batizou de Polêmica e de Discórdia o fato político gerado pela arte.
Nós do LEVANTE e os companheiros do MURALHA não queremos saber se é isso ou aquilo! O que interessa saber é:
PRA QUE(M) SERVE O TEU CONHECIMENTO?!!
Confira a íntegra da última matéria publicada abaixo.
Multiplicação do muro da discórdia Inscrição que gerou processo na UFRGS foi repetida em outras paredes.
Não bastou a lata de tinta aplicada sobre uma inscrição não-autorizada em uma parede da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para apagar a polêmica que sacudiu a instituição no mês passado.
Trinta dias após a frase "Para que(m) serve o teu conhecimento? " ser borrada por estudantes insatisfeitos com a utilização do espaço público, o enunciado se prolifera pelos campi da Capital com apoio do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Hoje, quem passa diante da parede do Instituto de Letras no Campus do Vale consegue vislumbrar o questionamento, a camada de tinta aplicada por um grupo de alunos para tentar esconder a pintura anterior e, por cima de tudo, um cartaz onde se lê "censurado" – uma referência ao ato que procurou borrar a frase desenhada pela estudante Juliane da Costa Furno.
Quem desejar conferir uma sósia da grafitagem pode encontrá-la na parede da sede do DCE, localizada no Campus da Saúde. Como o diretório conta com três sedes – no Centro, no Campus da Saúde e no Campus do Vale – os coordenadores da entidade decidiram perpetuar o questionamento nas paredes sob sua responsabilidade.
– Queremos levar o debate adiante – argumenta o coordenador- geral do DCE, Rodolfo Mohr.
Alunos que não concordaram com a utilização do patrimônio da UFRGS para a manifestação de colegas, além de tentarem apagar o grafite, encaminharam o assunto para análise do Ministério Público Federal.
Além do conflito político, a frase também desperta reações divergentes em quem a lê. Para o acadêmico de Letras Fernando Vieira, 25 anos, ela peca pela obviedade.
– Quem entra na universidade já deve saber para o que vai servir o seu conhecimento – observa.
Para a aluna do mestrado em Administração Flávia Pereira, 29 anos, a provocação vai além:
– Serve tanto para os alunos quanto para os gestores. Do conhecimento gerado aqui, uma instituição pública mantida pela sociedade, o que beneficia a comunidade?
Se o debate promete se prolongar, o diretor do Instituto de Letras, Arcanjo Pedro Briggmann, pretende ao menos dar fim à poluição visual na parede do Campus do Vale. Ele planeja destinar o local a uma obra de arte.
MARCELO GONZATTO - ZEROHORA
Entenda o caso
A aluna Juliane Furno, integrante do DCE, pintou a frase "Para que(m) serve o teu conhecimento? " na parede externa de um prédio no Campus do Vale da UFRGS
O estudante Anderson Gonçalves, integrante do Movimento Estudantil Liberdade, acreditando que o ato se tratou de dano ao patrimônio público por ter sido feito sem autorização da instituição, conforme reportagem de ZH publicada em 26 de agosto
A Secretaria de Assuntos Estudantis concluiu que a inscrição não era pichação, mas um "ato de extremo instigamento ao pensamento crítico, eivado de indagação filosófica que não desmerece o patrimônio"
Ao vir à tona o caso, estudantes contrários à inscrição utilizaram latas de tinta e pincéis para tentar apagá-la da parede, definindo tratar-se de uma pichação
Anderson Gonçalves ainda encaminhou o caso ao Ministério Público Federal, pedindo providências, mas ainda não recebeu resposta
O diretor do Instituto de Letras, Arcanjo Pedro Briggmann, que criticou o fato de não ter sido ouvido no processo, pretende substituir, em um mês, a sucessão de pinturas na parede por uma obra de arte, em parceria com o Instituto de Artes da UFRGS
"Enquanto a cidade de Porto Alegre tem seus muros pintados com propagandas chulepentas de candidatos eleitorais, na Escola Municipal da Ilha das Flores, uma juventude muito massa está Grafitando a sua Escola, pra mostrar que PROPAGANDA DE VERDADE é aquela que mostra a verdadeira divulgação dos sentimentos do POVO!!
As oficinas de Grafitte e Educação que rolam na Escola da Ilha das Flores fazem parte da CAMPANHA PELA EDUCAÇÃO, puxada pelo Levante Popular da Juventude junto a outras organizações de Luta Social :D.
Aquele Abraço pra Juventude da Ilha das Flores! Lutadores do Povo de Hoje e Amanhã!"