Mas o que esperar da mídia brasileira que tem uma Folha de São Paulo, que emprestou seus veículos de reportagem para agentes da repressão, e que mais recentemente referiu-se a ditadura no Brasil como "Ditabranda"? Ou mesmo as Organizações Globo, cujo /capo di tutti i capi/ Roberto Marinho, expandiu seus negócios graças ao apoio dado ao regime militar? São os mesmos veículos que chamaram de "oposição" os golpistas que tentaram derrubar os governos eleitos de Hugo Chaves e Evo Morales.
A culpa pelo golpe em Honduras é de Manuel Zelaya, assim como a culpa pelo golpe no Chile provavelmente foi de Salvador Allende. Os militares e os civis que os comandam não tem culpa. Nunca tiveram. Sejam eles oficiais que torturaram e mataram presos políticos no Brasil nos anos 60 e 70, ou mesmo policiais que torturam e matam nas favelas cariocas nos dias atuais. Assim como Berlusconi tenta reabilitar o fascismo quando disse que Mussolini "nunca matou ninguem" e que enviava seus opositores a "colônias de férias", a mídia brasileira tenta, com seus maneirismos, reabilitar as ditaduras.
São golpistas os que derrubaram Manuel Zelaya, como golpista também é a mídia brasileira, que tenta a todo custo nos convencer do contrário.
Carlos Latuff é chargista.
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