Diante da polêmica referente à pintura mural realizada no Campus do Vale da UFRGS, que culminou em processo de uma estudante e companheira de luta, o Coletivo Muralha Rubro Negra e o Levante Popular da Juventude se posicionam e reforçam o uso da arte como um fator de discussão social. Assumimos a autoria dessa manifestação artística que se solidariza com as lutas populares, e com a defesa da Universidade Pública e Popular. A reação criminalizante de setores da Universidade e a recente exposição midiática deste fato nos levam as seguintes indagações: como uma pintura pode gerar tanta polêmica? O que é que tanto incomoda nisso tudo?
Historicamente a Universidade sempre se posicionou nas disputas de saber/poder. A afirmação da "neutralidade" do conhecimento científico se caracteriza por ser um discurso que ignora o caráter social que condiciona determinadas noções de ciência e que determina as investigações científicas a serem feitas. O discurso da "neutralidade" científica confere legitimidade a um lugar de fala, ao omitir a sua condição de "ponto de vista", anunciando-se como conhecimento universal. Sob o manto sagrado da ciência, este conhecimento propaga os interesses bem específicos de determinada classe política e econômica, como verdade.
Apesar de se dizer um espaço de produção de conhecimento na prática a Universidade se fecha à discussão, e, nesse sentido, o muro se caracteriza como a nossa imprensa, a imprensa do povo! É nesse local de livre acesso de todos que se expressa nossa estética, nossa compreensão e crítica ao atual modelo de educação, nosso questionamento sobre a concepção de universidade pública, cada vez mais eurocentrada e distante das necessidades populares e da agregação de outros saberes.
Esta semana o debate sobre o mural foi inflado pelo destaque dado ao tema por Zero Hora. A abordagem do fato produzida por este periódico na edição desta quarta-feira, dia 27 de Agosto, distorceu de tal forma a declaração da militante, a ponto de destituir o caráter político da ação, e a definindo como um serviço de embelezamento da universidade.
O acionamento do Ministério Público Federal para punir os responsáveis pela intervenção configura-se novamente como uma tentativa de legitimar um posicionamento particular a partir da universalidade das leis. Esta ação objetiva cercear uma manifestação de natureza político-artística através do enquadramento na categoria de vandalismo. Caso esta ação seja acolhida pelo MPF, não será a primeira vez que o recurso ao Estado Democrático de Direito será usado para criminalizar a própria democracia.
Com nossa prática muralista de intenção revolucionária fica registrada a denúncia sobre o acesso, a produção e o uso do conhecimento, o comprometimento com a transformação da realidade, com a participação e com o direito a voz. Viemos romper o cerco e potencializar os conflitos. Defendemos o saber engajado com as lutas políticas e sociais dos oprimidos a partir de uma ação artística coletiva, solidária e como um instrumento artístico emancipatório.
Apesar de se dizer um espaço de produção de conhecimento na prática a Universidade se fecha à discussão, e, nesse sentido, o muro se caracteriza como a nossa imprensa, a imprensa do povo! É nesse local de livre acesso de todos que se expressa nossa estética, nossa compreensão e crítica ao atual modelo de educação, nosso questionamento sobre a concepção de universidade pública, cada vez mais eurocentrada e distante das necessidades populares e da agregação de outros saberes.
Esta semana o debate sobre o mural foi inflado pelo destaque dado ao tema por Zero Hora. A abordagem do fato produzida por este periódico na edição desta quarta-feira, dia 27 de Agosto, distorceu de tal forma a declaração da militante, a ponto de destituir o caráter político da ação, e a definindo como um serviço de embelezamento da universidade.
O acionamento do Ministério Público Federal para punir os responsáveis pela intervenção configura-se novamente como uma tentativa de legitimar um posicionamento particular a partir da universalidade das leis. Esta ação objetiva cercear uma manifestação de natureza político-artística através do enquadramento na categoria de vandalismo. Caso esta ação seja acolhida pelo MPF, não será a primeira vez que o recurso ao Estado Democrático de Direito será usado para criminalizar a própria democracia.
Com nossa prática muralista de intenção revolucionária fica registrada a denúncia sobre o acesso, a produção e o uso do conhecimento, o comprometimento com a transformação da realidade, com a participação e com o direito a voz. Viemos romper o cerco e potencializar os conflitos. Defendemos o saber engajado com as lutas políticas e sociais dos oprimidos a partir de uma ação artística coletiva, solidária e como um instrumento artístico emancipatório.
Coletivo Muralha Rubro Negra
www.muralharubronegrabrasil.blogspot.com
Levante Popular da Juventude
www.levantepopulardajuventude.blogspot.com
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Levante Popular da Juventude
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