Somos um grupo de jovens que não baixam a cabeça para as injustiças e desigualdades. Entendemos que só com o povo unido, metendo a mão junto, é possível construir o novo mundo com que sonhamos.
O Levante atua junto aos movimentos da Via Campesina e movimentos urbanos como o Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), com a intenção de construir a organização popular em comunidades, vilas, escolas, assentamentos e acampamentos do Rio Grande do Sul.
A POESIA QUE ALIMENTA NOSSA LUTA
Cristina Nascimento
Vivemos numa mentira contada e repassada por nós mesmos Pelos nossos pais, avós, de geração em geração, até chegar aos nossos filhos. O que seria a verdadeira história do nosso querido Brasil. Quem descobriu o Brasil? O branco, o negro ou o índio. Até quando vamos aceitar os fatos históricos que nos contam O que seria a verdade para um Brasil tão rico e tão pobre ao mesmo tempo Deixamos que eles se apropriem de nossas almas e nossa indignação Do que valeu a morte de tantos negros e índios se já não lutamos mais... Sendo assim questionaremos a história contada e iremos atrás da verdadeira Não vamos mais deixar eles se apropriarem de nossas vidas. Estudaremos! Pensaremos com calma e a nossa maior motivação será mudar este futuro Onde crianças passam fome, onde não se tem uma visão de uma vida melhor. Até quando iremos aguentar viver só para comprar comida e se acomodar desta maneira Somos nós que sofremos na pele o racismo, a exclusão, a exploração. Então a história tem que ser contada de forma correta, pois cansamos do sistema falar por nós Por que estamos lutando e o nosso povo irá se libertar.
Nesse dia 1º de maio o Morro da Cruz comemora o dia de luta e da cultura de resistência dos trabalhadores na associação de moradores, ao lado do posto de saude 8. Venha conferir atividades culturais como capoeira, HIP-HOP e a apresentação da peça "O Mistério do Novo" da Cia de Estudo de Cena.
Mais uma demonstração de força dos moradores do Morro Sta. Teresa, ocorreu nesta terça-feira, 27 de abril. Juntamente com o MTD e o Levante, as 6 comunidades atingidas pelo projeto da Yeda/RBS fecharam a Avenida Padre cacique por uma hora aproximadamente. Simultâneamente ocorria a votação do projeto na Assembléia que foi adiada mais uma vez, graças à luta do povo.
O projeto de lei 388/2009 do governo Yeda que pretende vender parte do Morro Santa Teresa aos especuladores imobiliários é inconstitucional.
Por que o PL 388/2009 é inconstitucional?
Ora, por dois motivos:
1) A área foi incluída no programa de regularização fundiária do estado do Rio Grande do Sul, conforme Decreto estadual.
2) A área está sob litígio judicial por efeito de uma Ação Civil Pública que tramita no Foro Central com o número 001/1.09.0093594-8.
Portanto, o referido projeto de lei não atende a exigência legal da constitucionalidade. A área está em disputa judicial, enquanto perdurar esse processo não pode ser objeto de comércio ou permuta de qualquer natureza. No direito brasileiro, os três poderes devem zelar pela constitucionalidade de seus atos e feitos, uma lei ordinária, um simples projeto de lei, não podem ferir o preceito constitucional, caso contrário, devem ser tornados sem efeito, arquivados ou reformados nos termos da Constituição Federal.
Relógio da Globo destruído na praia de Pajuçara, em Alagoas
Do Diário Gauche Está fazendo 10 anos que a TV Globo quis se apropriar de parcela do simbolismo da nossa história. A intenção se materializou em um relógio de estética duvidosa.
Esse relógio, em nome de contar os dias e as horas que faltavam para o fechamento dos 500 anos da chegada dos colonizadores portugueses à Bahia, foi espalhado em réplicas por inúmeras cidades brasileiras.
Uma imposição intolerável, uma aberração estética, uma pretensão descabida, uma apropriação desavergonhada, um roubo simbólico sem precedentes.
A reação das pessoas foi de indignação e revolta.
Em Porto Seguro, em Florianópolis, em Curitiba, em Porto Alegre, as manifestações foram no sentido de destruir aquela impostura, construída com o consentimento e entusiasmo subalterno do então governo FHC. Em Brasília o "monumento" foi flechado pelos índios, que também protestavam pelo reconhecimento pleno de seus direitos e em memória do holocausto que sofreram durante cinco séculos de convivência desigual e opressiva com a cultura euro-cristã.
Os fatos aconteceram no dia 22 de abril de 2000, dez anos atrás, uma data que ficará marcada pela revolta popular contra o roubo simbólico de nossos valores autênticos, a apropriação privada de parcela do nosso patrimônio memorialístico e a indignação da cidadania contra as imposturas e falsificações das oligarquias brasileiras - representadas pela TV Globo e o governo predador de FHC.
Abril de 1997, dia 20. Um dia após vários indígenas reivindicarem seus direitos e respeito à sua cultura, um grupo de playboys decide atear fogo em um índio que não conseguiu vaga para dormir em um albergue e foi dormir em um ponto de ônibus.
A justificativa? Eles acahavam que Galdino Jesus dos Santos era um mendigo!
Treze anos se passaram e os assassinos estão livres. Quando foram condenados, tiveram o direito de continuar cursando suas faculdades, continuaram trabalhando, namorando, levaram a vida normalmente.
Por quê? Ora, porquê! Porquê são ricos, filhos de juízes! A justiça no Brasil não tem nada de cega. Quando se trata de condenar os pobres, de criminalizar os que lutam por uma sociedade diferente, mais justa, a justiça é extremamente eficiente. Agora, quando um bando de filhinhos de papai matam um homem apenas porque achavam que se tratava de um mendigo, aí existem recursos, habeas corpus, liminares...
As últimas palavras de Galdino antes de morrer foram: "Por que fizeram isso comigo?" Treze anos depois a pergunta que fica é POR QUE ESSES ASSASSINOS ESTÃO LIVRES?
Estes são Max Rogério Alves, Antônio Novély Cardoso de Vilanova, Tomás Oliveira de Almeida e Eron Chaves Oliveira, os assassinos do Índio Pataxó Galdino Jesus dos Santos.
Serão atingidos aproximadamente 24 aldeias dos povos indígenas na região do Xingu, e, no entanto, eles não foram consultados em nenhum momento;
Há impactos ambientais não previstos nos estudos, como o secamento do rio abaixo da obra, na chamada Volta Grande do Xingu, que vai afetar mais de 100 km de extensão do rio, onde residem indígenas, ribeirinhos e pescadores, sendo que estes não são considerados como atingidos no estudo de impacto ambiental;
Além disso, vão construir 2 canais de 500 metros de largura e 40 km de comprimento, prevendo escavações superiores as do Canal do Panamá. Existem mais de 5 mil pessoas que vivem nessa região;
Esta obra vai atingir mais de 40 mil pessoas na região entre os municípios de Altamira, Vitória do Xingu, Anapú, Senador Jose Porfilio, Brasil Novo, Gurupá, sendo estes: ribeirinhos, pescadores, camponeses, indígenas e vários trabalhadores da cidade, oleiros,comerciantes , barqueiros;
Promete-se a geração de emprego para a população da região, todavia, quando as empresas chegam ao local já trazem de outras regiões parte de sua mão de obra já treinada, então não interessa empregar as pessoas do local. A experiência no Rio Madeira tem mostrado que dos 17 mil trabalhadores, 12 mil são de fora, o que revela a mentira dos empregos;
A energia não vai ficar para o povo, parte dela vai atender as indústrias locais, principalmente de mineração, que tem previsto suas fábricas de extração de minérios na região, e outra parte será colocada no Sistema Interligado Nacional (SIN) permite transmitir energia de uma região para outra, onde há grande consumo de energia;
Prometem-se as indenizações fartas. No entanto, experiência tem mostrado que de cada 100 pessoas atingidas 70 não receberam a indenização prometida.
Por tudo isso é que somos contra a construção do projeto de Belo Monte.
O Massacre de Eldorado dos Carajás, no Sul do Pará, que matou 19 Sem Terra e deixou mais de 60 feridos após uma ação violenta da Polícia Militar para desbloquear a rodovia PA-150, completa 14 anos hoje [17 de abril]. A estrada estava ocupada por uma marcha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra que se dirigia à Marabá a fim de exigir a desapropriação de uma fazenda, área improdutiva que hoje abriga o assentamento 17 de Abril. A Polícia recebeu ordens de retirá-los e deu no que deu. O Massacre é considerado o maior caso contemporâneo de violência no campo, tanto que esta data passou a ser lembrada como o Dia Mundial de Luta pela Reforma Agrária.
Desde então, a realidade pouco mudou na região. O Pará, sob forte influência de proprietários rurais e de mineradoras, é o estado com maior número de casos comprovados de trabalho escravo e um dos lideres no desmatamento ilegal. É também campeão no número de assassinatos de trabalhadores rurais em conflitos agrários e de lideranças sociais e religiosas que, marcadas para morrer, já têm uma bala batizada com seu nome. Isso sem contar o descaso com a infância, que toma forma de meninas nos bordéis e de meninos em serviços insalubres no campo. Garotas com idade de “vaca velha”, como dizem garimpeiros e peões, ou seja, com 10, 12 anos, trocam a sua alegria pela dos clientes.
O que é justiça? É punir apenas aqueles que apertaram o gatilho ou inclui os que, através de sua ação ou inação, também garantiram que uma tragédia acontecesse? Em 1992, 111 detentos foram mortos na já desativada Penitenciária do Carandiru após uma ação bizarra da Polícia Militar. Mais de 153 pessoas ficaram feridas, das quais 23 policiais. O falecido Coronel Ubiratan Guimarães, que coordenou a invasão/banho de sangue para conter a rebelião, foi eleito posteriormente deputado estadual, tripudiando a memória dos mortos – candidatava-se com o número 14.111. Luiz Antônio Fleury Filho, governador na época do massacre, aprovou a conduta da polícia. Hoje é deputado federal.
E por aí vai: Quem foi responsável pela Chacina da Castelinho, quando um comboio de supostos criminosos foi parado próximo a um pedágio na rodovia Castelinho, em Sorocaba (SP), e 12 pessoas executadas em 2002? E pelo Massacre de Corumbiara (RR), no qual 200 policiais realizaram uma ação armada para retirar cerca de 500 posseiros que ocupavam uma fazenda no município, resultando na morte de dois PMs e nove camponeses, entre eles uma menina de 7 anos em 1995? Ou ainda Vigário Geral, em que 50 policiais militares, que estavam fora de seu horário de serviço, entraram atirando na favela e mataram 21 inocentes em 1993 como uma “prestação de contas”?
No caso de Eldorados dos Carajás, as autoridades políticas na época, o governador Almir Gabriel e o secretário de Segurança Pública, Paulo Câmara, não foram nem indiciados.
Todos esses massacres e chacinas têm em comum o fato de vitimarem pessoas excluídas socialmente: camponeses, trabalhadores rurais, pobres da periferia, presos. Enquanto isso, o envolvimento de policiais militares tem sido uma constante. Se, hoje, massacres como os de 10, 20 anos atrás são mais raros, o mesmo não se pode dizer da violência policial. Comportamento que, muitas vezes, é aplaudido pela classe média, pois isso lhes garante o sono diante das hordas bárbaras. Muitas chacinas passaram a ocorrer em conta-gotas, no varejo, de forma silenciosa que não chame a atenção da mídia daí e aqui de fora.
O Poder Judiciário tem sua grande parcela de responsabilidade no clima de impunidade que alimenta a violência. A Justiça, que normalmente é ágil em conceder liminares de reintegração de posse e determinar despejos no caso de ocupações na cidade, é lenta para julgar e punir assassinatos e outras formas de violência contra trabalhadores.
Para que direitos humanos sejam efetivamente respeitados no país são necessárias mudanças reais, pois há impunidade também quando o governo não atua para acabar com a situação de desigualdade ou exploração que estava na origem do conflito. Seja ao permitir que garimpeiros continuem a explorar reservas indígenas, seja ao tolerar que crianças durmam na rua ou trabalhadores precisem perder a vida na luta pela reforma agrária.
Há uma relação carnal que se estabelece entre o patrimônio público e a propriedade privada não só na Amazônia, mas em outras partes do país. Muito similar ao que se enraizou com o coronelismo nordestino da Primeira República, o detentor da terra exerce o poder político, através de influência econômica e da coerção física. O já tênue limite entre as duas esferas se rompe. É freqüente, por exemplo, encontrar policiais que fazem bicos como jagunços de fazendas. O Massacre de Eldorado dos Carajás é um dos tristes episódios brasileiros em que o Estado usou de sua força contra os trabalhadores e a favor dos grandes proprietários de terra.
E, ao final, quem estava no topo da cadeia de responsabilidade pode continuar indo para sua casa tomar um uísque e coçar a barriga. Pois sabe que sua contribuição de violência é apenas mais uma, entre outras tantas que povoam a mídia ou, pior, passam despercebidos dela e da opinião pública.
Completa-se hoje 14 anos do massacre de Eldorado dos Carajás. Há 14 anos estão impunes o coronel Mário Colares Pantoja e o major José Maria Oliveira e os 142 soldados que à serviço do Estado mataram 19 trabalhadores Sem-Terra.
A impunidade ainda persiste: nenhum dos responsáveis foi preso. Dos 144 policiais militares envolvidos, 142 foram absolvidos. Os dois únicos condenados, coronel Pantoja (228 anos de prisão) e o major Oliveira (154 anos de prisão) foram postos em liberdade pelo Supremo Tribunal Federal.
A repressão aos pobres, e aos movimentos sociais em especial, faz parte do cotidiano. Todos os anos, dezenas de trabalhadores são assassinados em conflitos no campo, outros milhares são reprimidos em manifestações nas cidades sendo oprimidos e explorados com precárias condições de trabalho, moradia, saúde e educação. Ontem foram os latifundiários e seus capangas, hoje os crimes são cometidos pelo Estado e sua policia. A impunidade de ontem agora se repete com o assassinato do camponês Elton Brum, morto em 2009, com um tiro calibre 12 pelas costas. Exigimos que os culpados paguem pelos seus crimes.
PARTICIPE DO ATO PÚBLICO DIA 17 DE ABRIL NA ESQUINA DEMOCRÁTICA ÀS 12H
Os medonho da Glória atacam novamente. Depois da homenagem à escola Oscar Pereira registrada na primeira intervenção, desta vez a arte popular atropelou a publicidade politiqueira. A proposta da ação era questionar sobre o futuro da comunidade frente às políticas relacionadas com o projeto da Copa 2014, fazendo uma referência à provocação divulgada pelo MNLM. Aproveitando o embalo, atualizamos o preço da passagem (de 2,30 para 2,45) na denúncia feita anteriormente.
Passados os dois debates públicos que serviram para ampliar a discussão sobre o Parque Tecnológico, chegamos a um momento crucial. Na próxima sexta-feira (09/04) será apreciado o mérito do projeto do Parque Tecnológico no Conselho Universitário. De um lado estarão aqueles que defendem um projeto totalmente subordinado as leis de mercado e do outro os que defendem um Parque Tecnológico sob domínio público, que não aprofunde ainda mais a privatização da Universidade.
Todos na Reitoria nesta sexta às 8h da manhã, para construir um parque tecnológico alternativo. - ||| LEIA TUDO AQUI! ||| -
Quinta-feira, 1º de abril, marca os 46 anos do fatídico golpe civil-militar de 1964. Na época, o imperialismo estadunidense, os latifundiários e parte da burguesia nativa derrubaram o governo democraticamente eleito de João Goulart. Naquela época, a imprensa teve papel destacado nos preparativos do golpe. Na sequência, muitos jornalões continuaram apoiando a ditadura, as suas torturas e assassinatos. Outros engoliram o seu próprio veneno, sofrendo censura e perseguições.
Nesta triste data da história brasileira, vale à pena recordar os editoriais dos jornais burgueses – que clamaram pelo golpe, aplaudiram a instalação da ditadura militar e elogiaram a sua violência contra os democratas. No passado, os militares foram acionados para defender os saqueadores da nação. Hoje, esse papel é desempenhado pela mídia privada, que continua orquestrando golpes contra a democracia. Daí a importância de relembrar sempre os seus editorais da época:
“Fugiu Goulart e a democracia está sendo restaurada..., atendendo aos anseios nacionais de paz, tranqüilidade e progresso... As Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a nação na integridade de seus direitos, livrando-a do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal."O Globo, 2 de abril de 1964.
“Desde ontem se instalou no país a verdadeira legalidade... Legalidade que o caudilho não quis preservar, violando-a no que de mais fundamental ela tem: a disciplina e a hierarquia militares. A legalidade está conosco e não com o caudilho aliado dos comunistas.”Jornal do Brasil, 1º de abril de 1964.
Está aí revelada a cara fascista da máfio-mídia brasileira que apoiou o golpe civil-militar e hoje se esconde atrás da máscara da imparcialidade cumprindo o papel de tentar apagar da História o que ocorreu a partir de 1964. Todos os jornalões, sem exceção, são cúmplices do estupro que o Brasil sofreu há 46 anos. A eles gritamos: