Artistas contrariam interesses da Indústria Cultural e defendem a pirataria de suas músicas como forma de divulgação de sua arte.
O que eles querem é arrebatar público para os shows. A barraquinha de camelô acaba prestando um serviço de divulgação, oferecendo o material desses artistas a um público mais abrangente. Perder parte da arrecadação das vendas de CDs, nestes casos, pode ser um bom negócio: funciona como instrumento cultural ao permitir acesso e projeção. E alguns artistas não têm medo de dizer: querem mais é ser pirateados.
O rapper Emicida ainda vai além. Gosta mesmo é de ser reconhecido por esses vendedores ilegais. Na visão dele, a pirataria é uma espécie de MST (Movimento Sem Terra) da reforma agrária musical que ele deseja fazer. “A pirataria é nossa foice, a ferramenta pra lutar contra a forma incorreta da distribuição musical no país. Nossas músicas chegam até as pessoas através desse mercado negro, seja ele físico ou virtual. No meu caso, foi fundamental.”
Seu primeiro CD foi feito na unha. Para divulgar o trabalho, Emicida criou a Laboratório Fantasma. Dentro de casa, e com a ajuda do assessor, Evandro Fióti, eles gravavam, copiavam, embalavam e vendiam os discos nos shows. O que inicialmente era apenas uma gravadora de fundo de quintal, hoje caminha para virar um selo de rap.
"Comecei pirateando a mim mesmo. É a maneira que encontrei de fazer a coisa da forma que julgo correta. Vendo minha discografia nos shows por cinco reais. Com o salário mínimo que temos, cobrar 15 reais eu já acho que é dar bica na cabeça das pessoas."
Outro expoente do rap, Criolo, também parece dar de ombros à venda - legal ou ilegal - de discos. Para garantir que seus fãs lotarão as casas de shows não apenas para cantar a já conhecida “Cálice”, releitura da música de Chico Buarque, ele colocou o álbum completo em seu site pessoal para ser baixado de graça. “Acredito que disponibilizar o disco pra download ajuda a diminuir a distância entre o público e a música que faço”, diz.
Adaptação de notícia do G1
1 Comment:
exemplo clássico: comparação desabona o comparado em benefícios do comparante.
comparar pirataria com o mst é se achar muito importante. pirataria é global, multicultural, acontece em diversos níveis sociais e é livre.
a pirataria é suprapartidária, não busca ter influência política, compartilha ao invés de tomar.
nada contra o MST, mesmo com seus vícios de argumentação, suas práticas retrógradas e visível desgaste ideológico graças ao lula e a dilma (que deram as costas ao movimento).
o MST poderia ter sido diferente, na sua essência e na sua origem, tem toda a minha admiração. Na sua práxis cotidiana, a minha indiferença.
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