O ato muralista idealizado pelo Coletivo Muralha Rubro Negra em conjunto com o Levante Popular da Juventude foi mais uma vez publicado no periódico zerohora. No entanto o real propósito do ato, o de questionar o papel da universidade pública na sociedade, está sendo diluído pela mídia corporativa. A zerohora apenas tangencia o tema central e lança em suas matérias, questionamentos paralelos, secundários, evasivos e vazios como:
Na sua opinião, (...) é vandalismo ou uma forma de revitalização do espaço?
A tentativa de escamotear o debate é uma característica da mídia burguesa que batizou de Polêmica e de Discórdia o fato político gerado pela arte.
Na sua opinião, (...) é vandalismo ou uma forma de revitalização do espaço?
A tentativa de escamotear o debate é uma característica da mídia burguesa que batizou de Polêmica e de Discórdia o fato político gerado pela arte.
Nós do LEVANTE e os companheiros do MURALHA não queremos saber se é isso ou aquilo!
O que interessa saber é:
O que interessa saber é:
PRA QUE(M) SERVE O TEU CONHECIMENTO?!!
Confira a íntegra da última matéria publicada abaixo.
Multiplicação do muro da discórdia
Inscrição que gerou processo na UFRGS foi repetida em outras paredes.
Inscrição que gerou processo na UFRGS foi repetida em outras paredes.
Não bastou a lata de tinta aplicada sobre uma inscrição não-autorizada em uma parede da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para apagar a polêmica que sacudiu a instituição no mês passado.
Trinta dias após a frase "Para que(m) serve o teu conhecimento? " ser borrada por estudantes insatisfeitos com a utilização do espaço público, o enunciado se prolifera pelos campi da Capital com apoio do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Hoje, quem passa diante da parede do Instituto de Letras no Campus do Vale consegue vislumbrar o questionamento, a camada de tinta aplicada por um grupo de alunos para tentar esconder a pintura anterior e, por cima de tudo, um cartaz onde se lê "censurado" – uma referência ao ato que procurou borrar a frase desenhada pela estudante Juliane da Costa Furno.
Quem desejar conferir uma sósia da grafitagem pode encontrá-la na parede da sede do DCE, localizada no Campus da Saúde. Como o diretório conta com três sedes – no Centro, no Campus da Saúde e no Campus do Vale – os coordenadores da entidade decidiram perpetuar o questionamento nas paredes sob sua responsabilidade.
– Queremos levar o debate adiante – argumenta o coordenador- geral do DCE, Rodolfo Mohr.
Alunos que não concordaram com a utilização do patrimônio da UFRGS para a manifestação de colegas, além de tentarem apagar o grafite, encaminharam o assunto para análise do Ministério Público Federal.
Além do conflito político, a frase também desperta reações divergentes em quem a lê. Para o acadêmico de Letras Fernando Vieira, 25 anos, ela peca pela obviedade.
– Quem entra na universidade já deve saber para o que vai servir o seu conhecimento – observa.
Para a aluna do mestrado em Administração Flávia Pereira, 29 anos, a provocação vai além:
– Serve tanto para os alunos quanto para os gestores. Do conhecimento gerado aqui, uma instituição pública mantida pela sociedade, o que beneficia a comunidade?
Se o debate promete se prolongar, o diretor do Instituto de Letras, Arcanjo Pedro Briggmann, pretende ao menos dar fim à poluição visual na parede do Campus do Vale. Ele planeja destinar o local a uma obra de arte.
Trinta dias após a frase "Para que(m) serve o teu conhecimento? " ser borrada por estudantes insatisfeitos com a utilização do espaço público, o enunciado se prolifera pelos campi da Capital com apoio do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Hoje, quem passa diante da parede do Instituto de Letras no Campus do Vale consegue vislumbrar o questionamento, a camada de tinta aplicada por um grupo de alunos para tentar esconder a pintura anterior e, por cima de tudo, um cartaz onde se lê "censurado" – uma referência ao ato que procurou borrar a frase desenhada pela estudante Juliane da Costa Furno.
Quem desejar conferir uma sósia da grafitagem pode encontrá-la na parede da sede do DCE, localizada no Campus da Saúde. Como o diretório conta com três sedes – no Centro, no Campus da Saúde e no Campus do Vale – os coordenadores da entidade decidiram perpetuar o questionamento nas paredes sob sua responsabilidade.
– Queremos levar o debate adiante – argumenta o coordenador- geral do DCE, Rodolfo Mohr.
Alunos que não concordaram com a utilização do patrimônio da UFRGS para a manifestação de colegas, além de tentarem apagar o grafite, encaminharam o assunto para análise do Ministério Público Federal.
Além do conflito político, a frase também desperta reações divergentes em quem a lê. Para o acadêmico de Letras Fernando Vieira, 25 anos, ela peca pela obviedade.
– Quem entra na universidade já deve saber para o que vai servir o seu conhecimento – observa.
Para a aluna do mestrado em Administração Flávia Pereira, 29 anos, a provocação vai além:
– Serve tanto para os alunos quanto para os gestores. Do conhecimento gerado aqui, uma instituição pública mantida pela sociedade, o que beneficia a comunidade?
Se o debate promete se prolongar, o diretor do Instituto de Letras, Arcanjo Pedro Briggmann, pretende ao menos dar fim à poluição visual na parede do Campus do Vale. Ele planeja destinar o local a uma obra de arte.
MARCELO GONZATTO - ZEROHORA
Entenda o caso |
A aluna Juliane Furno, integrante do DCE, pintou a frase "Para que(m) serve o teu conhecimento? " na parede externa de um prédio no Campus do Vale da UFRGS |
O estudante Anderson Gonçalves, integrante do Movimento Estudantil Liberdade, acreditando que o ato se tratou de dano ao patrimônio público por ter sido feito sem autorização da instituição, conforme reportagem de ZH publicada em 26 de agosto |
A Secretaria de Assuntos Estudantis concluiu que a inscrição não era pichação, mas um "ato de extremo instigamento ao pensamento crítico, eivado de indagação filosófica que não desmerece o patrimônio" |
Ao vir à tona o caso, estudantes contrários à inscrição utilizaram latas de tinta e pincéis para tentar apagá-la da parede, definindo tratar-se de uma pichação |
Anderson Gonçalves ainda encaminhou o caso ao Ministério Público Federal, pedindo providências, mas ainda não recebeu resposta |
O diretor do Instituto de Letras, Arcanjo Pedro Briggmann, que criticou o fato de não ter sido ouvido no processo, pretende substituir, em um mês, a sucessão de pinturas na parede por uma obra de arte, em parceria com o Instituto de Artes da UFRGS |
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