Resistência e unidade. Com esses compromissos terminou a II plenária nacional da Assembléia Popular (AP). Os mais de 500 participantes revisitaram o documento “Brasil que queremos”, cuja construção foi iniciada ainda em 2005. O exercício do poder popular, tal como a crítica radical ao atual sistema capitalista foram os dois principais conceitos afirmados durante o encontro.
O documento final será divulgado até agosto deste ano. De acordo com Irmã Delci Franzen, assessora das Pastorais Sociais da CNBB, projetos contra o imperialismo, o endividamento dos países mais pobres, além de campanhas contra os megaprojetos, como Belo Monte e o complexo Madeira e em favor da redução da jornada de trabalho são passos que estão apontados para as lutas da AP para o próximo período.
A formação dos militantes e o trabalho de base também são prioritários. “Estamos construindo iniciativas que apontam para o novo, fundado em novos valores da justiça, da defesa do meio ambiente. Ao escrever o Brasil que se quer, está claro o Brasil que não se quer. A gente está na ofensiva”, disse.
Outro projeto que está na agenda da AP é a luta pelo limite da propriedade terra, como uma forma de diminuir com as grandes concentrações de terra nas mãos de poucos latifundiários no Brasil. Um plebiscito popular, aos moldes como foram o da ALCA e o da reestatização da Vale do Rio Doce, deverá ser promovido até o próximo ano.
Unidade das forças populares
O conjunto das organizações que compõem a AP manifestou o espaço como um lugar de construção de consensos. “Vamos potencializar as diferenças no debate e superá-las. Sinto uma nova semente de unidade na esquerda do Brasil”, afirmou irmã Delci.
O processo da AP visa fortalecer a capacidade de ação política dos movimentos participantes a fim de convocar o conjunto da sociedade para mobilizar-se pela ampliação dos direitos do povo e por profundas transformações políticas e institucionais. Nessa caminhada, a AP propõe alternativas para o desenvolvimento com justiça social e o compromisso com a vida em todas as suas expressões, considerando por isso o cenário de crise ambiental que vive a humanidade e que demanda uma mudança radical no rumo dominante do processo econômico.
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