Há exatos 45 anos, em 9 de outubro de 1967, Ernesto Guevara
entraria para a eternidade nos corações e mentes revolucionárias. Essas que,
ultrapassando a barreira do tempo, até hoje têm o “comandante” e sua história
de vida como exemplo para não apenas o povo latino americano, mas para o mundo
inteiro.
Trecho do livro “Ernesto
Guevara, também conhecido como Che”, de Paco Ignacio Taibo II (adaptado):
(...) Na metade da manhã, o major Ayoroa solicita
voluntários entre os rangers para a
tarefa de carrasco. O suboficial Mario Terán pede para matar Che; um soldado
recorda: “Como argumento, dizia que tinham matado três Marios da companhia B e
como homenagem a eles deviam lhe dar o direito de matá-lo”.
Depois da uma da tarde, Terán entrou no quartinho da escola
de La Higuera (o pequeno povoado da Bolívia onde Che fora mantido a cargo dos
militares bolivianos e dos agentes da CIA). Trazia nas mãos uma carabina M2
automática. No quarto ao lado, o sargento Bernardino Huanca executava os
companheiros Chino e Simón, capturados juntamente com Che.
Segundo as palavras do próprio carrasco: “Quando entrei na
sala, Che estava sentado em um banco, com os pulsos amarrados, encostado na
parede. Quando me viu, disse: ‘você veio
me matar (...) Fique calmo, você vai matar um homem.’ Então, dei um passo
para trás rumo à porta, fechei os olhos e disparei a primeira rajada. Ele caiu
no chão com as pernas destroçadas, se contorcendo; começou a perder muito
sangue. Recuperei o ânimo [sic!] e
disparei a segunda rajada, que o atingiu no braço, em um ombro, e no coração”.
Che estava morto, era uma e dez da tarde do domingo, 9 de outubro de 1967.
Seu corpo foi transladado via helicóptero até Vallegrande, a
50 Km de La Higuera e 770 Km de La Paz. Lá, após a sessão de fotos e
entrevistas concedidas pelas forças armadas bolivianas à imprensa (onde os
militares faziam questão de mostrar aos fotógrafos os ferimentos dos tiros, na
tentativa de firmarem o fato de que Che Guevara estava morto), seu corpo e de
seus companheiros foram clandestinamente jogados em uma vala comum pelo capitão
Vargas Salinas, a mando do coronel Joaquín Zenteno e do tenente-coronel Selich,
tudo com carta branca do então presidente René Barrientos.
Após 30 anos de um show de declarações contraditórias e
ridículas com relação ao destino do cadáver de Che por parte do governo
boliviano e das suas forças armadas, em 1997 seus restos mortais foram
encontrados, exceto suas mãos, que foram amputadas para o exército ter certeza
de que era Che aquele homem (por meio de suas digitais), e para servir de
troféu aos generais bolivianos. (...)
Che deixou o seu legado ideológico por todo o planeta, nós
do Levante Popular da Juventude temos esse dia não como um dia de luto, mas um
dia de mística, um dia que nos fortalece mais ainda para a nossa luta e a luta
de todos. Outros Ernesto Guevara virão!
HASTA SIEMPRE COMANDANTE!
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