Conquistada em 2007, as cotas deram inicio ao processo de democratização do acesso a universidade. Cinco anos depois é hora de avançar ainda mais.
Na última sexta-feira o Conselho Universitário iniciou a votação sobre a política de cotas na UFRGS. O que está em disputa é a manutenção desta política. Ao contrário dos argumentos fascistas, de que as cotas iriam diminuir a qualidade da universidade, na realidade esta política demostrou ser bastante efetiva no aumento do percentual de estudantes pobres e negros, sem implicar no seu "padrão de excelência".
A implementação desta política em 2007 foi fruto de uma grande articulação de movimentos sociais, dentre eles o Levante Popular da Juventude, que através de um conjunto de mobilizações conseguiram se sobrepor ao elitismo e a visão conservadora que vigorava até então sobre o tema. Contudo, a conquista de 2007 foi uma vitória parcial, na medida em que a reserva de vagas ficou restrita a apenas a 30%, e as cotas raciais ficaram embutidas nas cotas sociais. Neste ano, chegou a hora de avançarmos ainda mais nesta política. Democratizar o acesso a universidade exige no mínimo 50% de cotas. Garantir uma representação de estudantes racialmente equilibrada exige a desvinculação entre as cotas sociais e raciais. Contudo, a nossa história recente nos ensina que só a luta e a mobilização podem conquistar estes avanços no processo de transformação das universidades em instituições que estejam de fato a serviço do povo brasileiro.
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