Polícia de Yeda torturou pessoas em delegacia de São Gabriel
Representantes do Comitê Estadual Contra a Tortura passaram o dia de ontem em São Gabriel apurando as denúncias de violência contra os sem-terra na ação de despejo da prefeitura municipal.
Os representantes gravaram depoimentos das pessoas agredidas e acompanharam os exames de corpo de delito, a pedido da advogada do MST.
O procurador Carlos Cesar D'Elia afirmou que o comitê irá investigar as denúncias das agressões que teriam ocorrido na delegacia, depois do prédio ter sido desocupado. Segundo as famílias, policiais militares agrediram com socos, pontapés, cacetetes e até mesmo com as novas armas não-letais, que aplicam choques nos presos e detidos. O comitê ainda deve ouvir a Brigada Militar e demais envolvidos no caso. A informação é da Agência Chasque.
Leia no link abaixo a íntegra da Nota emitida pela Coordenação Estadual do MST.
Os representantes gravaram depoimentos das pessoas agredidas e acompanharam os exames de corpo de delito, a pedido da advogada do MST.
O procurador Carlos Cesar D'Elia afirmou que o comitê irá investigar as denúncias das agressões que teriam ocorrido na delegacia, depois do prédio ter sido desocupado. Segundo as famílias, policiais militares agrediram com socos, pontapés, cacetetes e até mesmo com as novas armas não-letais, que aplicam choques nos presos e detidos. O comitê ainda deve ouvir a Brigada Militar e demais envolvidos no caso. A informação é da Agência Chasque.
Leia no link abaixo a íntegra da Nota emitida pela Coordenação Estadual do MST.
NOTA - SEM TERRA SÃO TORTURADOS PELA BRIGADA MILITAR EM SÃO GABRIEL
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem a públicodenunciar a ação truculenta e de tortura da Brigada Militar na ação dereintegração de posse da Prefeitura de São Gabriel (RS), ocorrida nesta quarta-feira à tarde. A violência e o uso, pelos governos, da políciamilitar para reprimir protestos dos movimentos sociais já se tornou comum no Rio Grande do Sul.
Pelo menos trinta pessoas, entre crianças e adultos, ficaram feridos – incluindo pessoas com dedos e braços quebrados – no despejo forçado realizado pela Brigada Militar. Todos os 250 sem terra foram identificados e humilhados. Os manifestantes foram encurralados dentro da prefeitura, onde foram golpeados por cacetete, chutes e tapas dos policias.
No entanto, o fato ocorrido em São Gabriel nesta quarta-feira ultrapassouo limite do convencional e adquiriu características de tortura policial.
As famílias relataram que, enquanto estavam na delegacia para seremidentificadas, continuaram recebendo golpes de cacetete, chutes, socos e tapas dos policiais. Chegou a ser montado um “corredor polonês” em que aspessoas foram obrigadas a atravessar enquanto recebiam chutes e cacetadas.
Inclusive a nova pistola elétrica, que deveria ser usada para ajudar naimobilização durante perseguição policial, foi utilizada para dar choque nas pessoas.
Nesta quinta-feira (13), integrantes do Comitê Estadual Contra a Torturaestão em São Gabriel conversando com as famílias sem terra e recolhendo osdepoimentos. O MST repudia mais essa ação violenta da Brigada Militar,dirigida pelo subcomandante Lauro Binsfeld - o mesmo que comandou odespejo das mulheres da Via Campesina em uma área da papeleira Stora Ensoem Rosário do Sul (RS), em 2008, e que resultou em quase cem manifestantesferidas.
O MST também repudia a decisão do prefeito de São Gabriel, RossanoGonçalves, de ter se negado a conversar com as famílias e ter autorizado aação da Brigada Militar; e responsabiliza os governos estadual e federal,que não realizam a reforma agrária. Exigimos saber onde estão os recursosque o governo federal diz que liberou, mas o prefeito Rossano Gonçalvesafirma que ainda não recebeu. Enquanto Incra e prefeitura não assumem suasresponsabilidades pelo assentamento, três crianças já morreram desde oinício do ano por falta de atendimento médico. Também criticamos o Ministério Público, que além de não encaminhar o pedido por escola feito pelas famílias, esteve presente na ação de despejo e foi conivente com aviolência policial.
As famílias seguirão em luta porque suas reivindicações não foramatendidas. Exigimos as melhorias em infra-estrutura no assentamento, quepassados nove meses de criação ainda não tem luz elétrica, água potável, estradas, escola para as crianças. Exigimos que o governo federal libereos R$ 800 milhões do orçamento do Incra para a reforma agrária e para oassentamento de todas as famílias acampadas no RS (conforme prevê o Termode Ajustamento de Conduta que não foi cumprido pelo Incra). Exigimos a desapropriação do restante da Fazenda Southall e a liberação imediata, naJustiça, das Fazendas Antoniazzi e 33, em São Gabriel.
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