Há 14 anos era queimado vivo Galdino dos Santos (44), liderança indígena do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe. A barbárie ocorreu por volta das 5 da madrugada, quando Galdino dormia em uma parada de ônibus na cidade de Brasília. Ele estava na cidade juntamente com outras sete lideranças de seu povo, em uma reivindicação para a recuperação de terras tomadas por fazendeiros na Bahia, seu estado de origem.
Entretanto, Galdino não foi morto em conflito pelo interesse das terras. Um grupo de 5 jovens entre 17 e 19 anos da classe média alta resolveu dar um passeio pela cidade. Durante o passeio, compraram 2 litros de alcool combustível, jogaram sobre o corpo de Galdino e atearam fogo. Depois, alegaram que pensavam se tratar de um mendigo dormindo ali, e não um indígena, o que na visão deles justificaria o crime. Em 2001, os 4 maiores de idade Tomás Oliveira de Almeida, Max Rogério Alves, Eron Chaves Oliveira e Antônio Novely Cardoso Vilanova foram condenados a 14 anos de prisão, mas logo em 2004 já estavam em situação de liberdade, tendo regalias como a posse da chave da própria cela onde estariam reclusos. Se o dinheiro não traz felicidade, nesse caso, aliviou bastante a tristeza dos "pobres rapazes"!
Em resumo, uma liderança indígena sai do lugar onde vive para reivindicar o que já lhe seria de direito de acordo com a lei estadual n.° 1.916, de 09/08/1926, a posse da área de 53.400 ha. Participa de reuniões com representantes do alto escalão do governo FHC até tarde e não consegue dormir na pensão onde estaria hospedado. Decide dormir numa parada de ônibus. Acorda com o corpo em chamas e é levado por transeuntes ao hospital onde pergunta diversas vezes antes de perder a consciência: "POR QUE FIZERAM ISSO COMIGO!". Galdino teve 95% do corpo queimado e morreu na madrugada do dia 21. Seu corpo foi levado à Bahia para ser enterrado junto como de seu irmão João Cravim, cacique Pataxó Hã-Hã-Hãe que 10 anos antes também forma vítima de assassinato, até hoje impune.
GALDINO JESUS DOS SANTOS
PRESENTE, PRESENTE, PRESENTE!
PRESENTE, PRESENTE, PRESENTE!
1 Comment:
É por essa e por aquela outra que eu sou anticapitalista!
Ternura sempre!
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