O período de eleições ao Diretório Central dos Estudantes é um momento importante para pensar o protagonismo da juventude na luta pela construção de uma Universidade realmente pública e popular. Em Santa Maria, o Levante organizou, durante o período de eleições para o DCE, a restauração do mural "Para que(m) serve teu conhecimento?", em frente ao Restaurante Universitário, no campus da UFSM. No momento, também foi distribuída uma carta aberta aos estudantes da UFSM, com as propostas e questionamento do Levante sobre as eleições e sobre o protagonismo dos estudantes.
Em meio a tintas, traços, conversas e debates, os estudantes que por ali passaram puderam conhecer as propostas do Levante para que a Universidade se pinte de povo!
Confira abaixo a carta na íntegra:
PRA QUE(M) SERVE NOSSA UNIVERSIDADE?
Carta aberta aos estudantes da UFSM
Com
vistas à importância política das eleições para o DCE-UFSM em 2012, nós, do
Levante Popular da Juventude, apresentamos aqui nosso posicionamento em relação
a esse processo.
Reconhecemos a total legitimidade
das eleições e do posicionamento das forças que compõem as chapas 1 – Vozes em
Movimento e 2 – Caminhando Contra o Vento. Nossa decisão de não participar
oficialmente desse pleito não significa que nos retiramos da disputa
política-ideológica sobre os projetos de universidade que estão colocados. Compreendemos
que os setores conservadores, mesmo não participando diretamente das eleições,
mantêm-se em disputa permanente pela hegemonia dentro da UFSM. Assim, mesmo sem
disputar votos, nossa intenção é contribuir de maneira crítico-propositiva para
a construção do protagonismo dos estudantes no movimento estudantil da
universidade como um todo.
Sabemos
que para construir um modelo de universidade que atenda de fato os interesses
do povo brasileiro, é preciso estar organizados e mobilizados, construindo a
unidade na luta contra o projeto de precarização do ensino público promovido
pelas elites conservadoras do país. Principalmente, consideramos necessário acumular
forças, dentro e fora da universidade, na construção de um projeto popular para
a educação.
Por
isso, nesse processo político de definição daqueles que representarão os
estudantes na Instituição, apontamos algumas pautas e tarefas que consideramos
centrais para que o movimento estudantil avance na caminhada rumo à
transformação da sociedade e da universidade:
Relação
com os movimentos sociais populares:
- Que a gestão do DCE
construa relações mais diretas, participativas e permanentes com os movimentos
sociais do campo e da cidade, fomentando a sua inserção dentro da UFSM. Nesse sentido,
apontamos: defesa de programas de educação do campo através do PRONERA
(Programa Nacional de Educação da Reforma Agrária); que os alimentos consumidos
nos RUs provenham da agricultura familiar e orgânica; que a UFSM priorize o
fomento de iniciativas de economia popular solidária.
Ações
afirmativas:
- Defesa incondicional das
cotas étnico-raciais e sociais e do programa de reserva de vagas para
estudantes indígenas. Além disso, promoção de ações que possibilitem maior
acesso e permanência dos cotistas na universidade.
Propostas
organizativas:
- Que os representantes
dos estudantes nos Conselhos Superiores da UFSM mantenham um diálogo permanente
com os projetos de extensão de caráter popular e com outras iniciativas de
ensino e pesquisa que atendam os interesses populares (PRÁXIS, GAPIN, AFRONTA,
AENUFSM e Incubadoras Sociais);
- Lutar por mais verbas
para os projetos de extensão de caráter popular;
- Que o conselho de
DA’s não seja apenas um espaço de disputa entre as forças do movimento
estudantil da UFSM, mas sirva para unificar e articular as pautas estudantis;
- Promover o debate
sobre gênero e feminismo e construir o I Encontro de Mulheres da UFSM;
- Auxiliar os bolsistas
na criação de um espaço de articulação política para defesa de seus direitos;
- Acompanhamento e
fiscalização do processo de concretização das conquistas obtidas com a ocupação
da Reitoria;
- Fomentar, nos espaços
culturais do DCE, atividades que fortaleçam as expressões culturais populares
que reflitam a realidade social brasileira e latino-americana.
Pautas
gerais:
-
Construção de campanha unificada em torno dos 10% do PIB para a Educação;
- Aprofundamento do
debate sobre o novo Plano Nacional da Educação (PNE);
- Participação efetiva
na construção dos Comitês locais pela Comissão Nacional da Verdade;
- Atuação junto dos
movimentos sociais na Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela vida;
- Apoio à campanha pelo
veto presidencial do Novo Código Florestal (#vetadilma);
- Integração à Campanha
Contra o Extermínio da Juventude.
Ressaltamos
que essas pautas não são apenas reivindicações à futura gestão do DCE, mas o
compromisso que assumimos para construir juntos os processos necessários para
realizá-las. O momento de crise em que vivemos exige que tenhamos a humildade
de reconhecer que sozinhos não conseguiremos fazer avançar o processo de
transformações na universidade. Para que a UFSM se pinte de povo é preciso ter
um Movimento Estudantil que compreenda os seus desafios, que seja solidário com
a luta dos(as) trabalhadores(as) e capaz de dialogar com os(as) estudantes.
Juventude
que ousa lutar constrói o Poder Popular!
Somos
o Levante Popular da Juventude
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