Os estudantes que participaram da manifestação do dia 20 de maio na Secretaria da Educação, embora não estivessem na escola neste dia, puderam assistir uma aula sobre a democracia brasileira. Todos os que lá estavam tiveram o privilégio de observar como a nossa sociedade se organiza politicamente, sem precisar recorrer aos manuais de sociologia. Para aqueles que perderam esta aula, segue abaixo o registro de alguns capítulos desta lição:
Capítulo I: Sobre o direito à liberdade de imprensa
Assim que a Polícia Militar chegou à SEC, uma de suas primeiras atitudes foi prender um participante da manifestação que estava fazendo a cobertura de imprensa da ação. No momento em que dois policiais efetuavam a prisão o jovem apenas fazia o registro audiovisual da mobilização. Após ser deslocado, sem ser informado sobre o motivo da prisão, o jovem foi interrogado pela polícia e teve seu equipamento apreendido. Os policiais tentaram apagar as imagens da câmera filmadora, mas não tiveram habilidade para tanto.
Capítulo II: Sobre o direito à liberdade política e de livre associação
Os mesmos policiais que prenderam o jovem justificaram a repressão policial, com base na acusação de que aquela era uma manifestação comunista.
Capítulo III: Sobre o direito à livre organização e à liberdade de expressão
A comissão de negociação foi recebida no saguão da SEC por um assessor do departamento jurídico desta secretaria totalmente desequilibrado. O mesmo se recusando a sentar com a comissão, recebeu os manifestantes de pé, e antes de qualquer apresentação, acusou o grupo em tom de discurso e com o dedo em riste de promover uma manifestação anti-democrática. A conversa foi do início ao fim acompanhada por um sargento da BM, que além de constranger a comissão, ameaçou uma integrante da equipe de negociação apenas pelo fato de a mesma estar vestindo uma camiseta do MST.
Capítulo IV: Sobre os valores democráticos
O representante da secretaria antes de encerrar abruptamente a “negociação” disse que a “revolução de 64” foi provocada por atos semelhantes ao que os jovens promoviam na SEC. Em uma mesma sentença, além de legitimar o golpe dos militares, justificou as formas de repressão típicas de um regime de exceção sobre aquela manifestação.
Capítulo IV: Sobre o emprego da violência física
Além das prisões injustificadas já referidas, a evacuação dos estudantes da rampa da SEC foi efetuada através de agressões e empurrões. Quando alguns jovens resolveram se sentar na rampa, reproduzindo um conhecido gesto de resistência pacífica, os policias utilizaram gás de pimenta de forma indiscriminada, atingindo até mesmo crianças do Ensino Fundamental. O Comandante da ação militar ao ser questionado em entrevista à imprensa sobre o excesso de armamentos por parte dos policiais, respondeu que só havia aramas não letais na operação.
...ainda bem que vivemos sob a égide do Estado Democrático de Direito.
Capítulo I: Sobre o direito à liberdade de imprensa
Assim que a Polícia Militar chegou à SEC, uma de suas primeiras atitudes foi prender um participante da manifestação que estava fazendo a cobertura de imprensa da ação. No momento em que dois policiais efetuavam a prisão o jovem apenas fazia o registro audiovisual da mobilização. Após ser deslocado, sem ser informado sobre o motivo da prisão, o jovem foi interrogado pela polícia e teve seu equipamento apreendido. Os policiais tentaram apagar as imagens da câmera filmadora, mas não tiveram habilidade para tanto.
Capítulo II: Sobre o direito à liberdade política e de livre associação
Os mesmos policiais que prenderam o jovem justificaram a repressão policial, com base na acusação de que aquela era uma manifestação comunista.
Capítulo III: Sobre o direito à livre organização e à liberdade de expressão
A comissão de negociação foi recebida no saguão da SEC por um assessor do departamento jurídico desta secretaria totalmente desequilibrado. O mesmo se recusando a sentar com a comissão, recebeu os manifestantes de pé, e antes de qualquer apresentação, acusou o grupo em tom de discurso e com o dedo em riste de promover uma manifestação anti-democrática. A conversa foi do início ao fim acompanhada por um sargento da BM, que além de constranger a comissão, ameaçou uma integrante da equipe de negociação apenas pelo fato de a mesma estar vestindo uma camiseta do MST.
Capítulo IV: Sobre os valores democráticos
O representante da secretaria antes de encerrar abruptamente a “negociação” disse que a “revolução de 64” foi provocada por atos semelhantes ao que os jovens promoviam na SEC. Em uma mesma sentença, além de legitimar o golpe dos militares, justificou as formas de repressão típicas de um regime de exceção sobre aquela manifestação.
Capítulo IV: Sobre o emprego da violência física
Além das prisões injustificadas já referidas, a evacuação dos estudantes da rampa da SEC foi efetuada através de agressões e empurrões. Quando alguns jovens resolveram se sentar na rampa, reproduzindo um conhecido gesto de resistência pacífica, os policias utilizaram gás de pimenta de forma indiscriminada, atingindo até mesmo crianças do Ensino Fundamental. O Comandante da ação militar ao ser questionado em entrevista à imprensa sobre o excesso de armamentos por parte dos policiais, respondeu que só havia aramas não letais na operação.
...ainda bem que vivemos sob a égide do Estado Democrático de Direito.
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