Segurando vassouras, cartazes de protesto, ao som de batidas de panelas, professores, alunos e pais da Escola Porto Alegre se instalaram em frente ao prédio da Coordenadoria Regional de Educação (CRE) de Porto Alegre, na manhã do dia 17 de julho (2007). Indignados com a falta de condições mínimas de ensino, a comunidade escolar desta instituição resolveu fazer um dia de protesto, paralisando a escola e trazendo suas reivindicações até o órgão governamental responsável. Segundo as professores da escola esta atitude foi tomada depois de sucessivos contatos frustrados com a Secretaria de Educação, a qual não tomou nenhuma providência no sentido de atender as demandas da escola.A Escola Estadual Porto Alegre, localizada no Morro Santana, vem a anos sofrendo com inúmeras carências de infra-estrutura e recursos básicos. A biblioteca da escola está interditada a mais de 4 anos, pois está na iminência de desabamento, uma das paredes da sala está cortada por uma rachadura, através da qual é possível observar os fundos da escola, tamanha sua espessura. No entanto este quadro de precariedade se agravou nos últimos meses com a não renovação dos contratos dos funcionários que faziam a limpeza da escola e a merenda. A partir de então professores, alunos e pais começaram a se organizar para assumir estas tarefas. De acordo com Reno, aluno da sexta série, presente na manifestação, as aulas tinham que terminar mais cedo para que os alunos e professores realizassem a limpeza das salas e das áreas de circulação da escola.Depois de meses improvisando soluções e sem perspectivas de resolução destes problemas, a comunidade escolar resolveu parar de desempenhar estas tarefas que não lhe cabiam e vinham prejudicando a função pedagógica da instituição, objetivo final de qualquer escola. Valéria Espíndola sindicalista do 38º Núcleo do CEPERS, também presente na manifestação, disse que tais problemas não são um privilégio da Escola Porto Alegre, pois a falta de condições de ensino abrange a maior parte das escolas públicas do Estado.O protesto em frente à CRE foi a forma encontrada pela comunidade da Escola Porto Alegre se fazer ouvida pela SEC. Às 10h30 uma comissão de representantes da escola e pais foi recebida pela direção da CRE, enquanto os outros manifestantes permaneciam batucando em latas e cantando. No final da manhã a comissão desceu até a entrada do prédio para relatar o saldo da reunião, na qual a CRE se disse “surpresa” com a situação da escola, apesar de tais demandas já terem sido apresentadas ao governo inúmeras vezes pela direção da escola. Os representantes do Estado prometeram enviar até o dia 1º de Agosto funcionários para resolver o problema da limpeza e da merenda. Os manifestantes comemoraram a conquista, mas anunciaram que se o prazo não for cumprido, no dia seguinte estarão de volta. O ato foi encerrado com o grito “O povo unido jamais será vencido”.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
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