
Historicamente a Universidade sempre se posicionou nas disputas de saber/poder. A afirmação da “neutralidade” do conhecimento científico se caracteriza por ser um discurso que ignora o caráter social que condiciona determinadas noções de ciência e que determina as investigações científicas a serem feitas. Este discurso de “neutralidade” científica, que despolitiza o conhecimento, é uma grande “estratégia de marketing” que se propagou e que adapta o sistema educacional aos interesses bem específicos de determinada classe política e econômica.
Apesar de se dizer um espaço de produção de conhecimento na prática a Universidade se fecha à discussão, e, nesse sentido, o muro se caracteriza como a nossa imprensa, a imprensa do povo! É nesse local de livre acesso de todos que se expressa nossa estética, nossa compreensão e crítica ao atual modelo de educação sucateada já em seu nível escolar fundamental e médio que impossibilita o acesso da periferia à Universidade, nosso questionamento sobre a utilização da universidade pública, cada vez mais distante das necessidades populares e da agregação de outros tipos de saberes e experiências étnico-culturais.
Com nossa prática muralista de intenção revolucionária fica registrada a denúncia sobre o acesso, a produção e o uso do conhecimento, o comprometimento com a transformação da realidade, com a participação e com o direito a voz. Viemos romper o cerco, potencializar os conflitos, pois não fazemos apenas muralismo, e, sim, acreditamos que o muralismo serve para informar os problemas sofridos pelo nosso povo que resiste a opressão. Defendemos o saber engajado com as lutas políticas e sociais dos oprimidos a partir de uma ação artística coletiva, solidária e como um instrumento artístico emancipatório.

http://www.coletivomuralharubronegra.blogspot.com/
0 Comments:
Post a Comment