Lembranças se entrelaçam a situação de presos políticos mapuches
No momento em que o Chile comemora os 40 anos da vitória de Salvador Allende nas eleições presidenciais de 1970, que abriu a “via chilena para o socialismo”; no mês em que os chilenos recordam com pesar os 37 anos do golpe militar, quando Augusto Pinochet tomou frente do Estado sanguinário de uma das mais cruéis ditaduras sofridas na América Latina; e, além disso, no período em que todo o País comemora o bicentenário da sua independência política, uma grande luta é travada na história chilena atual.
As três datas que carregam a memória do país andino são lembradas com esperança em meio a situação dos 34 presos políticos mapuches que estão em greve de fome desde 12 de julho. O povo mapuche, que representa 90% da população originária do Chile, tem se mobilizado para barrar a militarização de comunidades locais e pela liberdade dos presos políticos indígenas.
São muitas as heranças da ditadura chilena. Ela persiste nas mortes promovidas pelos conglomerados econômicos que querem proteger suas riquezas e reflete nos mais de 60 dias em que os presos políticos negam alimento. Ela corre da luta constante desse povo pelo fim da Lei Antiterrorista, o dispositivo que era usado pelos militares, mas que desde 2001 passou a ser aplicado na população mapuche para conter suas reivindicações. Terrorismo - disse um representante mapuche - é a invasão das casas com forças especiais, com bombas lacrimogêneas e submetralhadoras apontadas para crianças, idosos e trabalhadores.
São muitas as heranças da ditadura chilena. Ela persiste nas mortes promovidas pelos conglomerados econômicos que querem proteger suas riquezas e reflete nos mais de 60 dias em que os presos políticos negam alimento. Ela corre da luta constante desse povo pelo fim da Lei Antiterrorista, o dispositivo que era usado pelos militares, mas que desde 2001 passou a ser aplicado na população mapuche para conter suas reivindicações. Terrorismo - disse um representante mapuche - é a invasão das casas com forças especiais, com bombas lacrimogêneas e submetralhadoras apontadas para crianças, idosos e trabalhadores.
Os inimigos do povo mapuche são desde muito tempo os grupos econômicos. As grandes corporações, que se amparam na legislação do Estado para reprimir as comunidades originárias, são parte do império que formava a ditadura Pinochet. Milhares de hectares reivindicados pelos mapuches estão ocupados por plantações de eucalipto, hidrelétricas, mineradoras, complexos turísticos e transnacionais. Essa cara da burguesia foi reinventada pelo modelo neoliberal de 20 anos pra cá e incentiva um dos maiores abismos socioeconômicos encontrados no mundo e vividos entre pobres e ricos chilenos.
A verdade é que há mais de 100 anos o povo mapuche luta pela devolução de seu território ancestral. Esses guerreiros são a população latina que mais resistiu a ocupação espanhola. Por mais de três séculos eles garantiram sua independência política e territorial, até que no século 19, o Estado chileno ocupou militarmente a zona mapuche e matou milhares de indígenas, mulheres e crianças.
A 37 anos do bombardeio militar do palácio de La Moneda, a memória de Salvador Allende ilumina o caminho do povo originário mapuche e de toda a população chilena que vive sufocada em miséria e opressão. Precisamente, aquela noite inesquecível de 4 de setembro de 1970, quando o companheiro Allende discursou na Alameda de Santiago, diante do povo que festejava sua vitória, com palavras de afeto sincero como sempre se dirigiu aos trabalhadores:
A verdade é que há mais de 100 anos o povo mapuche luta pela devolução de seu território ancestral. Esses guerreiros são a população latina que mais resistiu a ocupação espanhola. Por mais de três séculos eles garantiram sua independência política e territorial, até que no século 19, o Estado chileno ocupou militarmente a zona mapuche e matou milhares de indígenas, mulheres e crianças.
A 37 anos do bombardeio militar do palácio de La Moneda, a memória de Salvador Allende ilumina o caminho do povo originário mapuche e de toda a população chilena que vive sufocada em miséria e opressão. Precisamente, aquela noite inesquecível de 4 de setembro de 1970, quando o companheiro Allende discursou na Alameda de Santiago, diante do povo que festejava sua vitória, com palavras de afeto sincero como sempre se dirigiu aos trabalhadores:
“Esta noite, quando acariciarem seus filhos, quando buscarem o descanso, pensem na manhã dura que teremos pela frente, quando precisaremos colocar mais paixão, mais carinho, para fazer o Chile cada vez maior e tornar cada vez mais justa a vida em nossa pátria”.
Salvador Allende, ex-presidente do Chile, morto no golpe militar de 1973
Salvador Allende, ex-presidente do Chile, morto no golpe militar de 1973
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