No próximo dia 3 de outubro milhões de brasileiros e brasileiras vão às urnas para decidir o rumo político do país para os próximos quatro anos. Em disputa nessa eleição não há nenhum projeto que vise a emancipação do povo, nenhum projeto que ataque diretamente os problemas estruturais da nossa sociedade e que mantém milhões de pessoas na miséria e na violência.
No próximo 3 de outubro se escolherá entre o continuismo de melhorias e a relativa estabilidade econômica, referendando um governo com alguns avanços nas áreas sociais, porém que não rompeu com as tradicionais elites que há séculos oprimem o povo. Ou se escolherá retroceder a políticas entreguistas, que ferem a soberania do povo brasileiro, deslocando o Brasil do cenário progressista que se está construindo na América Latina, para o colocar de volta ao lado dos que baixam a cabeça para seguir à risca a cartilha de organismos internacionais como o FMI e o Banco Mundial.
Questões centrais para a construção de um país soberano como a reforma agrária, a democratização do meios de comunicação, uma educação pública e popular de qualidade, uma sáude pública eficiente, o respeito à natureza e aos recursos naturais do planeta estão fora da pauta das campanhas majoritárias.
A mídia burguesa, sempre aliada à classe dominante, nesse contexto, cumpre seu papel de desinformação e despolitização. Polariza a eleição em apenas 2 candidaturas e anula do debate as demais, como se no Brasil não houvessem outras forças políticas. Na tentativa desesperada de evitar uma eminente derrota, cria escândalos e factóides quase que diariamente para desviar o debate dos grandes problemas do povo para questões meramente eleitoreiras.
Embora seja importante o papel que as candidaturas mais à esquerda têm, pelo menos hoje, a via eleitoral não garante muita coisa. Por dois motivos: primeiro, só incentiva as pessoas a discutirem política a cada 2 anos e pára por aí, pois ao se trabalhar com a ideia de representação tira-se a capacidade do povo de fazer política. A gente discute, ouve e vota em alguém com a esperança de que essa pessoa cumpra com seus compromissos para com o povo, porém só voltamos a refletir sobre isso na próxima eleição. Segundo, o jogo eleitoral está atrelado ao jogo dos que têm dinheiro. Quantos candidatos são apoiados pela Aracruz, Bunge, Stora Enso, Gerdau, Monsanto..? E a que política eles servem?
Enquanto os brasileiros são chamados para pensar a política de 2 em 2 anos, todos os dias o povo vive e sofre as consequências das decisões que tomam por nós. Por isso, não dá para jogar todas as nossas forças nas eleições.
A nossa luta por um Projeto Popular para o Brasil é todo dia e feita pelo povo, tendo eleição ou não.
É com o povo organizado, lutando pelos seus direitos, combatendo as opressões e avançando nas conquistas que chegaremos a uma democracia verdadeiramente popular e participativa. É dessa forma que construiremos uma pátria livre e soberana, onde todos e todas serão sujeitos de sua própria história.
Levante Popular da Juventude
0 Comments:
Post a Comment