A mulherada organizada tá na rua pra lutar no Dia de Luta da Mulher Trabalhadora!
“A gente não quer muito
A gente só quer tudo
Água, campo, trabalho, saúde,
cultura, educação
Na mesa alface, tomate,
arroz com feijão”
Hoje foi o dia de Luta das mulheres organizadas do campo e da cidade. Como vem ocorrendo nos últimos anos, a Luta ocorreu antes do 8 de março e de surpresa a fim de dificultar a repressão.
“A violência tá em alta e só tem a piorar
A mulherada organizada tem que se manifestar
Oito de março ta para chegar
A mulherada do Levante veio pra arrebentar (...)”
Pela manhã, oito ônibus só de mulheres (da Via Campesina, MTD, Levante e Intersindical) foram em comboio até a Braskem, multinacional que produz plástico comum e plástico verde (que de verde não tem nada). Chegamos lá por volta das 7h30. Ao adentrar os portões, por um momento tentaram fechá-los.
“Vamos companheiras
temos que pôr um pouco mais de força
estamos todas juntas novamente
nossa dignidade não se vende
Se defende!”.
Fizemos com que os portões ficassem abertos usando o peso dos nossos corpos.
Lá chegando, o violão e as baterias (das mulheres d’A Banda Loka do Levante) se encarregaram da animação. Algumas companheiras fizeram falas trazendo informações importantes.
Em seguida nos reunimos em grupos para fazer a discussão do porquê da nossa luta contra o capital. Depois os grupos apresentaram de forma dinâmica o produto do que foi tratado no debate. Alguns fizeram esquetes, outros palavras de ordem, músicas, desabafos... Muitos retratavam a opressão a que a mulher é submetida no sistema capitalista (violência física e psicológica). Os debates também passaram pela questão da segurança alimentar, afinal geralmente são as mulheres que administram a cozinha. Assim, são elas que têm de dar alimentos envenenados para seus filhos.
A primeira parte da luta terminou com uma mística em que devolvemos à Braskem o que ela produz: as sacolas plásticas.
No início da tarde chegamos escoltadas no Mercado Público. Nos juntamos a outras companheiras urbanas em marcha até a Praça da Matriz. Lá já se encontravam outras companheiras nossas que, caladas, vestiam roupas pretas para mostrar que as mulheres não têm voz na sociedade em que vivemos. Esse ato das “mullheres de preto” já ocorreu em vários países do mundo, sendo esta a primeira vez que ocorre no Brasil.
Militantes do MPA com esqueletos da Luta de 2010
Nosso carro de som ficou parado em frente ao Palácio da Justiça. Muitas companheiras de outras organizações fizeram falas apoiando a nossa luta e, no final, fizemos uma ciranda.
“A luta é como um círculo
Pode começar em qualquer ponto
Mas não termina nunca!"
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