Nascida em Poços de Caldas em 12 de outubro de 1904, desde a infância Laudelina de Campos Melo teve de lidar com o preconceito por ser mulher, negra, pobre e descendente de escravos. Sua mãe foi “doada” para uma família rica da cidade, e assim Laudelina cresceu também sendo considerada “posse”, tendo que lidar com a opressão e a exploração. Assim foi um caso emblemático que viveu: ao ver sua mãe ser agredida publicamente com um rabo de tatu por um capanga da família coronelista para quem trabalhava, Laudelina não segurou a indignação. Aos 10 anos de idade, pulou no pescoço do capanga, xingou policiais e apedrejou a casa do juiz da cidade por prender sua mãe, considerada culpada pela situação, causando a ira da elite racista local.
Aos 20 anos, Laudelina mudou-se para Santos, onde começou a militância no movimento negro num grupo chamado Frente Negra. Sentindo a necessidade de organização e luta de sua categoria - a das trabalhadoras domésticas - que até hoje não possuem todos os direitos garantidos aos demais trabalhadores, em 1936 Laudelina e outras companheiras fundaram a primeira associação da categoria no país, na cidade de Santos. Sua atuação também foi determinante na organização da categoria em Campinas, até hoje um dos sindicatos mais atuantes do Brasil.
No período da ditadura, Laudelina sofreu com a repressão, tendo sido presa. Mas seguiu lutando e organizando as trabalhadoras até o fim de sua vida. Faleceu em 22 de maio de 1991.
Cerimônia de posse da Associação das Empregadas Domésticas de Campinas, em 1962 |
Laudelina ousou desafiar a ordem. Mulher, negra, empregada doméstica e sindicalista! Sua memória está viva em cada um@ de nós, que ousamos lutar e construir uma nova sociedade: sem machismo, racismo ou exploração de classe.
LAUDELINA VIVE!
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