A mobilização ganhou apoio de movimentos em diversas outras cidades dos EUA e até do Canadá.
assista ao vídeo da caminhada sobre a Ponte do Brooklyn, um dos símbolos de Nova York
Centenas de manifestantes que protestam
contra os bancos e a crise econômica continuam pela terceira semana em
Wall Street, apesar dos episódios de repressão protagonizados da polícia
de Nova York no final de semana.
No domingo (02), mais de
700 pessoas que participavam de uma marcha foram presas. Os
manifestantes cruzavam a Ponte do Brooklyn quando foram detidos pela
polícia, que alegou que a manifestação não tinha autorização para
ocorrer.
John Hildebrand, um jovem de 24 anos de Norman, Oklahoma, disse que
chegou a Nova York no sábado, vindo de avião, e afirmou que é professor
desempregado. "Minha revolta é com a influência corporativa sobre a
política", ele disse.
"Eu gostaria de eliminar o financiamento
corporativo das campanhas políticas". Ele disse voltará para Oklahoma,
onde pretende começar um protesto parecido. Um manifestante, William
Stack, disse que enviou um e-mail à Prefeitura de Nova York pedindo que
todas as acusações contra os detidos sejam retiradas.
"Não é um crime pedir que nosso dinheiro seja gasto para atender às
necessidades do povo e não em empréstimos enormes para as grandes
empresas", ele escreveu. "Os verdadeiros criminosos são os executivos de
Wall Street, não as pessoas que marcham por empregos, saúde e uma
suspensão na execução das hipotecas".
Movimento se espalha
A mobilização "Ocuppy Wall
Street" (Ocupe Wall Street), iniciada em 17 de setembro, ganhou ao longo
dessas semanas o apoio de movimentos em diversas outras cidades dos
Estados Unidos e até do Canadá, como Toronto.
Em Los Angeles,
centenas de pessoas fazem marchas diárias e chegaram a montar um
acampamento em frente à Prefeitura da cidade para mostrar seu apoio aos
manifestantes de Nova York. Segundo Julie Leving, que está acampado, seu
objetivo é protestar contra a corrupção e a concentração de renda
existentes nos Estados Unidos.
"Nossa situação econômica é
horrível. A única coisa que esse país está produzindo é mais guerra. Os
trabalhos só estão no exército. É muito, muito ruim. Por isso estamos
dizendo 'tirar o dinheiro da guerra, das corporações que se beneficiam
da guerra e colocar o dinheiro em empregos aqui'", disse.
Os
manifestantes de Wall Street também ganharam o apoio de figuras famosas,
como do ator Alec Baldwin, que circula pelos protestos. Baldwin
criticou a repressão da polícia nova-iorquina e postou vídeos na
internet que mostram policiais jogando gás de pimenta num grupo de
mulheres manifestantes. "Isso é inquietante. Eu acho que a Polícia de
Nova York está com um problema de imagem", disse.
Em seu blog, o
cineasta e ativista Michael Moore publicou uma nota chamando pessoas de
todo o país para se reunirem aos manifestantes. Ele considera o fato
histórico: “É a primeira vez que uma multidão de milhares toma as ruas
de Wall Street”. A manifestação segue sendo ignorada pela "grande
imprensa".
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