Desde segunda-feira, quem passa pela região próxima à rodoviária em Santa Maria se depara com uma movimentação diferente da usual. O Povo Kaingang, cansado de anos de promessas, de preconceito, de ter seus direitos fundamentais e específicos violados e não atendidos, ocupou a área em que há mais de vinte anos acampava.
Terreno onde acampavam os Kaingang: frente ao descaso da Prefeitura, mutirões foram organizados para recolhimento do lixo (Foto: GAPIN) |
Na madrugada de segunda, se somaram às sete famílias que moram no acampamento cerca de 60 indígenas de outras regiões do Estado. A intenção é ocupar a área para pressionar os setores responsáveis (poder público municipal, estadual e federal) a tomar as decisões básicas e emergenciais para a sobrevivência da comunidade: garantia de acesso à terra, saúde, educação, saneamento e segurança, fazendo cumprir as promessas feitas na I Assembleia Popular Indígena, realizada em maio de 2011.
Foto: Tiago Miotto |
A invisibilidade com que os indígenas são tratados parece ter sido abalada, pelo menos é o que indica a reação dos setores mais conservadores da sociedade. Ameaças feitas na segunda-feira deixaram em alerta a ocupação, que têm estado de vigília desde então.
Segunda-feira as lideranças Kaingang entregaram ao Ministério Público Federal um ofício com suas reivindicações. A morosidade da burocracia não enfraquece a força da luta. Enquanto as respostas não chegam, os Kaingang seguem organizados pra mobilizar a sociedade e reivindicar seus direitos básicos. A luta continua com a agitação e propaganda, mobilização e pedidos de alimento e de apoio, que podem ser remetidos ao Gapin (Grupo de Apoio aos Indígenas) clicando aqui.
Ao entrar na ocupação, a mística é percebida pelo olhar dos que vivem a resistir.
Na luta contra a opressão somos todos companheiros, somos todos indígenas!
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