"Não pode passar despercebido o número incrivelmente reduzido de estudantes de baixa renda que ocupam vagas em universidades públicas".
Ao propor uma reflexão sobre a educação brasileira, vale lembrar que só em meados do século XX o processo de expansão da escolarização básica no país começou, e que o seu crescimento, em termos de rede pública, se deu no fim dos anos 70 e início dos anos 80. Porém, não pode passar despercebido o número incrivelmente reduzido de estudantes de baixa renda que ocupam vagas em universidades públicas.
O que afasta esses estudantes dos demais, que se encontram nas universidades federais?
Existe uma série de problemas a serem relacionados, neste caso é fundamental fazermos um recorte social e econômico, para tentar entender a realidade daqueles que muitas vezes não chegam a terminar um ensino básico, ou terminam com uma série de deficiências provindas de um sistema educacional conturbado presente em nosso país. Para compreender, quão falho é o sistema, basta olharmos para um dos fragmentos desse processo: o método de avaliação para ingresso nas universidades brasileiras, o vestibular.
Existe uma série de problemas a serem relacionados, neste caso é fundamental fazermos um recorte social e econômico, para tentar entender a realidade daqueles que muitas vezes não chegam a terminar um ensino básico, ou terminam com uma série de deficiências provindas de um sistema educacional conturbado presente em nosso país. Para compreender, quão falho é o sistema, basta olharmos para um dos fragmentos desse processo: o método de avaliação para ingresso nas universidades brasileiras, o vestibular.
O vestibular é um processo seletivo que acontece em diversas universidades do país, cuja avaliação contém uma série de questões objetivas sobre conteúdos específicos ensinados durantes os ensinos fundamental e médio. Ou seja, muitos estudantes que passam com aprovação, são reflexos das boas condições escolares ou preparação que tiverem pré-vestibular, por isso, grande parte dos estudantes que ingressam antes em universidades são os que tiveram melhores condições de ensino, mostrando, infelizmente, que mesmo que haja dedicação por parte de alguns estudantes, grande parte é selecionada pela trajetória anterior ao processo seletivo.
O vestibular está longe de ser um sistema democrático e de inclusão, uma vez nem todos têm as mesmas condições. É uma máquina de moer aprendizagens, que pesa realidades de forma discriminatória e incentiva a competição. Não a busca de saberes, a partir do interesse de cada estudante.
O Práxis, a UFSM e a Farra.
Práxis Coletivo de Educação Popular é um projeto de extensão vinculado ao Curso de História da UFSM, que desde 1999 atua enquanto Pré-Vestibular Popular.
O Práxis foi fundado por diversos setores do movimento estudantil que acreditavam que o movimento estudantil não deve se resumir apenas à disputa de Diretórios Acadêmicos e DCEs, e sim construir diálogos e ações com os trabalhadores, almejando uma sociedade mais justa, em que os sujeitos fossem responsáveis pela construção de um conhecimento democrático, solidário, inclusivo e libertário.
O Práxis busca os preceitos da gestão democrática, para que desta forma se possa construir ações que nos permitam superar a lógica de educação tradicional que faz com que os indivíduos se tornem apenas objetos do sistema econômico excludente. Sendo assim, buscando um espaço de discussão democrática entre a UFSM, educadores e educandos e a comunidade, acerca de temas sociais, econômicos e políticos, o Coletivo promove essa semana, mais uma iniciativa: A FARRA DOS 95,00.
Indignados com o preço do vestibular da UFSM, que já em seu início, separa indiretamente estudantes por renda, uma vez que uma taxa de inscrição custa de 95,00 reais, os educandos e estudantes do Práxis, elaboraram a Festa Farra dos 95, que de forma irônica pauta o preço da inscrição do vestibular da UFSM e visa arrecadar fundos para os vestibulandos práxis.
Essa iniciativa é reflexo dos problemas citados anteriormente e da compreensão de que a maioria dos estudantes do práxis não têm condições financeiras de pagar pelo valor exigido, além disso a proposta revela que a opção para isenção da taxa, ofertada pela instituição no edital, é ineficaz, uma vez que encaminha os estudantes para uma série de procedimentos burocráticos onde muitos estudantes não sabem como proceder.
Entre alguns problemas para conquistar a isenção da taxa na UFSM, estão:
- A falta de divulgação por parte da instituição, sobre como obter a isenção;
- A falta de clareza da instituição para explicar e orientar os estudantes como obter o NIS - cadastro que garante a isenção do candidato.
- A falta de divulgação por parte da instituição, sobre como obter a isenção;
- A falta de clareza da instituição para explicar e orientar os estudantes como obter o NIS - cadastro que garante a isenção do candidato.
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