'Em Defesa do Xingu, contra Belo Monte' é o nome do acampamento que ficou conhecido semana passada pela presença de 500 integrantes indígenas, ribeirinhos e militantes de movimentos sociais, na cidade de Altamira, Pará. Em clima de cocares coloridos, corpos pintados e discursos emocionados, os participantes debateram sobre graves impactos ambientais e sociais causados pelas grandes obras do governo federal e sobre a mais recente delas, que está para ser construída: a usina hidrelétrica de Belo Monte.
Está em jogo a vida de milhares de famílias que serão desalojadas e ficarão sem recursos naturais para sobrevivência, como a água. Por isso, mobilizações realizadas pelos povos, como esse acampamento, são essenciais para frear as agressões ao meio ambiente e às culturas tradicionais dos que vivem na região Amazônica. Há mais de 20 anos os governos tentam fazer Belo Monte, assim como decretar a depredação das florestas para construir hidrelétricas. Mas a população sempre resiste.
O que é Belo Monte? É uma nova usina de geração de energia que o governo federal quer construir, no Rio Xingu (da foto acima), localizado no estado do Pará, norte do Brasil. Depois de um leilão entre megaempresários, a construção foi liberada e promete ser a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC.
Em fevereiro de 89, Altamira também foi palco da resistência dos povos contra uma construção da usina da região. Era o I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, que reuniu três mil pessoas descontentes com a construção de diversas barragens no Xingu. A primeira projetada naquele época, chamada de Karoarô, fazia parte de um complexo de cinco novas hidrelétricas. Ela foi mais tarde rebatizada Belo Monte.
ONGs, ambientalistas e povos tradicionais, no entanto, têm alertado que Belo Monte é uma usina caríssima - custa R$ 16 bilhões! - e de viabilidade econômica muito duvidosa. Além disso, a usina acabará com boa parte do rio, deixando os habitantes do sul do Pará sem condições de vida. Esse é o desenvolvimento que queremos para o Brasil? Que massacra a vida de milhares de brasileiros? Definitivamente, não!
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