Estado brasileiro é capaz das mais incríveis façanhas, até de igualar assassinos a vítimas
Volta e meia a pergunta acima é feita pelos familiares de desaparecidos políticos ao governo brasileiro e refere-se aos choques elétricos aplicados pelos torturadores, estupradores e assassinos da ditadura militar. Passados mais de duas décadas dos anos de chumbo, os 144 desaparecidos brasileiros na ditadura seguem na espera de seus sepultamentos e, seus familiares, permanecem indignados pela incerteza do luto.
Durante os oito anos no comando do governo, o presidente Lula lavou as mãos e passou a decisão de punir os militares ao Judiciário. Mas, o único feito dos grandiosos juízes brasileiros foi desproteger os direitos humanos, especialmente porque se negam a punir os criminosos. Uma prova? Mesmo com um abaixo assinado organizado por milhares de cidadãos, em abril deste ano, os juízes do Supremo Tribunal Federal mativeram a lei que dá anistia aos militares e não somente as vítimas da ditadura.
Já que então não se pode contar com Executivo nem Judiciário, resolver a questão restaria ao poder Legislativo, aquele representado pelos parlamentares que na maioria das votações da Câmara e do Senado protegem, em troca de barganhas políticas, os interesses dos poderosos. Outra prova? Deputados e senadores alteraram o novo Plano Nacional dos Direitos Humanos que, para punir os torturadores, previa a Comissão de Verdade e Justiça. Mas o plano foi aprovado falando em reconciliação nacional por supostas violações realizadas pelos militares e pelas vítimas.
No nosso país, o Estado torturou 30 mil, exilou mais 20 mil e assassinou cerca de 500 dos seus cidadãos, mas ninguém foi responsável. Mais provas? Argentina, Bolívia, Chile, Peru e Uruguai levaram as vítimas da ditadura a sério e julgaram os militares. Também por isso até a Corte Interamericana de Direitos Humanos pretende levar o Brasil ao banco dos réus pelo sumisso de 70 pessoas na Guerrilha do Araguaia.
Apesar de ser posto a prova a todo o momento, o avançado Estado brasileiro e seus excelentíssimos juízes e parlamentares, conseguiram concluir que assassinos e mortos, torturadores e torturados, estupradores e estrupradas merecem o mesmo tratamento, que são todos iguais.
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