Desde que a ditadura militar no Brasil acabou, em 1985, muitas pessoas e grupos de familiares e ex-presos políticos tentam retomar a verdade sobre este triste período. Na maior parte das vezes, seus esforços são prejudicados pela falta de documentos oficiais sobre as ações dos órgãos de repressão, já que o Brasil, diferente de outros países que também viveram situações similares de repressão, não abriu os arquivos da ditadura.
O livro “Luta, substantivo feminino: Mulheres torturadas, desaparecidas e mortas na resistência à ditadura” traz perfis e relatos de vida e de luta de 45 mulheres assassinadas e desaparecidas por agentes da ditadura militar entre 1964 e 1985. São histórias cheias de coragem e de tristezas, de mulheres que deram a vida pela construção de uma nova sociedade e que, junto com centenas de companheiros, tiveram seus sonhos interrompidos pelas formas mais crueis de torturas, chacinas e perseguições.
E essas não foram as únicas. O livro relata somente as histórias de militantes que constam nos processos na Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Mas a repressão deixou muito mais vítimas, conhecidas ou anônimas, além das que já foram registradas até hoje pela Comissão. O Brasil tem um número ainda incerto - e muito maior - de lutadoras e lutadores mortos e desaparecidos que precisa conhecer em nome de nossa própria história. Somente com abertura dos arquivos da ditadura militar será possível sabermos quantas e quem foram as tantas outras mulheres mortas e torturadas naqueles anos. Onde, quando, como e por quem.
Para mostrar como esse período ainda assombra nossas memórias, e não deixar que todos esses horrores sejam esquecidos, o livro também traz depoimentos de outras 27 mulheres que sobreviveram às torturas e que narram com coragem as brutalidades que sofreram nas prisões, como abusos sexuais, estupros, violência psicológica com seus filhos, partos na prisão, abortos e humilhações.
De tudo isso, fica uma antiga certeza: em todas as histórias de resistência, horror e crueldade, e em todas as guerreiras que conseguiram sobreviver ou que morreram lutando, moram a garra e a força decisiva das mulheres e de suas lutas para a construção de uma nova sociedade.
De tudo isso, fica uma antiga certeza: em todas as histórias de resistência, horror e crueldade, e em todas as guerreiras que conseguiram sobreviver ou que morreram lutando, moram a garra e a força decisiva das mulheres e de suas lutas para a construção de uma nova sociedade.
O livro “Luta, substantivo feminino: Mulheres torturadas, desaparecidas e mortas na resistência à ditadura” está disponível para leitura na internet. Para ler, clique aqui.
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