Hoje de manhã quatro mil trabalhadores rurais da Via Campesina Brasil ocuparam o Ministério da Fazenda, em Brasília. Esse povaréu todo veio de 23 estados do Brasil e do Distrito Federal. Muitos sacolejaram num busão por dias até chegarem em Brasília. Ontem eles montaram o Acampamento por Reforma Agrária da Via Campesina.
Essa função toda integra a Jornada Nacional de Luta por Reforma Agrária, que começou no dia 17, com várias outras funções em todo o Brasil. A Jornada Nacional de Luta por Reforma Agrária é um momento de os trabalhadores rurais mostrarem a cara para o governo e para a sociedade, e lutarem por seus direitos. Dá uma olhada nas pautas de luta da Via Campesina:
- Assentamento das mais de 60 mil famílias acampadas, algumas há mais de cinco anos, através da desapropriação dos grandes latifúndios improdutivos, muitos em mãos de empresas estrangeiras.- Aumento de verbas para compra de terras para a reforma agrária.- Renegociação das dívidas dos pequenos agricultores, que chegam a somar em todo o Brasil R$ 30 bilhões, de acordo com o Ministério da Fazenda.- Fim do fechamento das escolas no campo. Nos últimos oito anos foram fechados mais de 24 mil estabelecimentos de ensino, segundo dados do Censo Escolar do INEP/MEC (2002 a 2009), e da Pesquisa de Avaliação da Qualidade dos Assentamentos da Reforma Agrária INCRA (2010).
E o que nós, da cidade, temos a ver com isso?
É o campo que coloca o alimento na nossa mesa: "Se o campo não planta, a cidade não janta!". E mais: o pequeno agricultor é responsável por 70% do alimento que chega à mesa do brasileiro. Na real, a luta do povo do campo é igual à do povo da cidade: é uma luta por trabalho, dignidade, saúde, educação.
A Via Campesina é um grupo internacional de movimentos sociais camponeses. No Brasil, é integrado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pescadores e Pescadoras, Quilombolas, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), além do Sindicato dos Trabalhadores da EMBRAPA (Sinpaf), da Federação dos Estudantes de Agronomia e da Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal.
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