Aborto: 42 milhões de mulheres o praticam todos os anos pelo mundo. No Brasil, mais de 1 milhão interropem uma gravidez a cada ano. O número expressivo não é o mais preocupante. O maior problema é que o aborto está em terceiro entre os motivos que mais levam mulheres grávidas à morte. Só não passou das mortes causadas por hipertensão e hemorragia.
O dado é de uma pesquisa feita em junho por organizações feministas e mostra que o método usado nos hospitais públicos para salvar as mulheres de um aborto é ultrapassado. Os médicos costumam fazer a “curetagem”, procedimento capaz de provocar diversas infecções. O próprio Ministério da Saúde pede que os hospitais usem o método conhecido como aspiração manual intra-uterina, que seria bem mais seguro.
Um outro estudo, da Universidade de Brasília, mostrou que uma a cada cinco mulheres de 40 anos já abortou alguma vez e que metade delas precisam se internar para evitar a morte. A pesquisa revelou ainda que a maioria dessas mulheres é casada, com filhos e pratica alguma religião. O que prova que abortar é muito comum na vida das mulheres, principalmente daquelas que não têm condições de prevenir uma gravidez, seja falta de informação ou de acesso aos contraceptivos.
O novo Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3), aprovado em maio, considera que agora o aborto é tema de saúde pública. Mas pelo que mostram os estudos, a mudança parece ficara só no papel e as mulheres que recorrem aos hospitais depois de abortar continuam enfrentando intolerância e preconceito. Além disso, o Plano, antes da aprovação, dava às mulheres “autonomia para decidir sobre seus corpos". Uma ideia que foi bastante debatida pela sociedade, mas que foi barrada pelos parlamentares.
Conclusão: Entidades conservadoras, bem representadas no Congresso Nacional impedem a garantia de uma vida digna às cidadãs brasileiras. Mesmo com a promessa de auxílio médico do PNDH 3 nada foi feito. Até quando o sofrimento de milhares de mulheres será tratado com descaso? Interessa a morte de tantas trabalhadoras, mães, jovens, senhoras, estudantes, prostitutas e tantas mulheres que, sem alternativa, podem um dia abortar?
"Eu aborto, tu abortas. Somos todas clandestinas"!
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