Que os ricos paguem a conta da crise
Importantes setores da esquerda brasileira se reuniram, nos dias 14 e 15 em Guararema (SP), para debater a crise sob o enfoque da defesa dos interesses dos trabalhadores. Representantes de 35 organizações sociais, dentre as quais CUT, Assembléia Popular, Via Campesina, Intersindical, Conlutas, CTB, PCB, PCdoB, CMP, Psol e PT, avançaram nos consensos sobre o colapso econômico, sua natureza e, sobretudo, na construção de uma agenda de lutas e trabalho com o povo.
Isso qualifica o enfrentamento dos efeitos da crise, reforçando sua essência capitalista. Logo, fortalece a compreensão de que são os ricos que devem pagar por ela. De seu lado, a burguesia brasileira não tem um projeto próprio e, ao longo da crise, se limitará a executar o projeto da elite internacional e do imperialismo. E isso é um elemento decisivo.
As classes dominantes
Para a classe dominante, combater da crise significa privatizar o lucro e socializar o prejuízo. Assim, ela naturaliza seus fundamentos como se ela ocorresse por uma fatalidade, a qual deve ser enfrentada por todos. Ao mesmo tempo, começam a impor suas saídas tradicionais. São elas, a destruição de parte do capital acumulado (financeiro), destruição de capital humano e bens de produção através da promoção de guerras, aumento da exploração do trabalho, transferência maior de recursos da periferia para o centro do capital e utilização do Estado para concentrar a poupança popular e destiná-la aos capitalistas. Além destas saídas típicas, em seu desespero, o capital aumentará a ofensiva sobre os recursos naturais. Destaque para o petróleo, o minério, a produção agrícola, a biodiversidade, as águas e as florestas, vide a MP 458/2009, editada pelo governo em fevereiro e que regulariza, sem licitação, terras griladas de até 2.500 hectares na Amazônia Legal.
É bom lembrar que o modelo neoliberal sofreu um revés importante, mas não está derrotado. Fusões de grandes bancos e empresas continuam acontecendo e a mídia corporativa brada em uníssono: menos direitos trabalhistas e impostos. Querem passar a fatura para a classe trabalhadora e, para isso, intensificam a repressão policial e a criminalização dos movimentos no Judiciário. No plano político, saídas podem caminhar com a ascensão de governos fascistas. As conseqüências já são sentidas, sobretudo, pelos trabalhadores, as mulheres e as populações com menor proteção social.
As forças populares
Para os setores populares, há consenso de que a crise é estrutural, profunda, prolongada, sistêmica. Ela atinge a produção, as finanças, o comércio, o meio ambiente, o consumismo e encerra um período histórico de ofensiva do capital, abrindo a possibilidade de um reascenso da luta de massas.
No entanto, a esquerda brasileira enfrenta essa conjuntura adversa com problemas de caráter ideológico e organizativo. E que, por serem difíceis e complexos, exigem a construção de alternativas de médio e longo prazos, sendo que a tarefa central é a construção da unidade entre as diferentes formas do povo brasileiro se articular. O caminho para essa construção é nas agendas comuns de lutas, as quais fomentam a construção de confiança mútua. Para isso, é necessário reafirmar que são com esses setores, e a partir delas, que se podem desencadear mobilizações que resultem no crescimento da atuação das massas e, assim, alterar a correlação de forças.
A construção dessa unidade não se resume no trabalho de articulação, mas reclama firmeza para impedir o fracionamento das lutas e disputas.
A unidade
A crise inaugura um novo período histórico marcado pela insatisfação social e pela retomada da capacidade de luta de massas. Diante disso, as forças populares avançaram na construção de bandeiras unitárias, tais como: nenhum desemprego, nem direito a menos; elevação do salário mínimo; diminuição da jornada de trabalho, sem reduzir vencimentos; decréscimo das tarifas de energia e água e dos impostos para os pobres; queda no preço dos alimentos; menor taxa Selic e para o consumidor; investir superávit primário em educação e saúde; apoiar a CPI da dívida pública; impedir que reforma tributária tire recursos da seguridade social; reestatização de empresas estratégicas (Embraer, Vale, Petrobras etc.); reforma agrária massiva e mudança do modelo do agronegócio; estatização do sistema financeiro; garantia de um programa de educação pública e gratuita para todos; e construção de programas de integração popular entre os países da América Latina.
Nas lutas, o plano é jogar energias para construir uma jornada nacional de protestos contra a crise, unitária e massiva, nos dias 30 e 31 de março e 1º de abril. Datas definidas durante a Assembléia Mundial dos movimentos sociais no FSM. Na primeira semana de junho, intensificar as mobilizações e, em outubro, nova jornada mundial contra a crise, entre os dias 12 e 16. O dia 12 será de defesa da natureza e o 16, de luta pela soberania alimentar.
E, paralelamente, apoiar as mobilizações e atos de resistência contra os efeitos da crise. Em especial a greve dos petroleiros, no dia 23, a mobilização dos estudantes secundaristas e universitários no dia 28 (em memória à morte do estudante Edson Luis, pela ditadura militar), as jornadas dos movimentos da Via Campesina, do movimento sindical, da juventude, de moradia e todos que forem a luta!
Isso qualifica o enfrentamento dos efeitos da crise, reforçando sua essência capitalista. Logo, fortalece a compreensão de que são os ricos que devem pagar por ela. De seu lado, a burguesia brasileira não tem um projeto próprio e, ao longo da crise, se limitará a executar o projeto da elite internacional e do imperialismo. E isso é um elemento decisivo.
As classes dominantes
Para a classe dominante, combater da crise significa privatizar o lucro e socializar o prejuízo. Assim, ela naturaliza seus fundamentos como se ela ocorresse por uma fatalidade, a qual deve ser enfrentada por todos. Ao mesmo tempo, começam a impor suas saídas tradicionais. São elas, a destruição de parte do capital acumulado (financeiro), destruição de capital humano e bens de produção através da promoção de guerras, aumento da exploração do trabalho, transferência maior de recursos da periferia para o centro do capital e utilização do Estado para concentrar a poupança popular e destiná-la aos capitalistas. Além destas saídas típicas, em seu desespero, o capital aumentará a ofensiva sobre os recursos naturais. Destaque para o petróleo, o minério, a produção agrícola, a biodiversidade, as águas e as florestas, vide a MP 458/2009, editada pelo governo em fevereiro e que regulariza, sem licitação, terras griladas de até 2.500 hectares na Amazônia Legal.
É bom lembrar que o modelo neoliberal sofreu um revés importante, mas não está derrotado. Fusões de grandes bancos e empresas continuam acontecendo e a mídia corporativa brada em uníssono: menos direitos trabalhistas e impostos. Querem passar a fatura para a classe trabalhadora e, para isso, intensificam a repressão policial e a criminalização dos movimentos no Judiciário. No plano político, saídas podem caminhar com a ascensão de governos fascistas. As conseqüências já são sentidas, sobretudo, pelos trabalhadores, as mulheres e as populações com menor proteção social.
As forças populares
Para os setores populares, há consenso de que a crise é estrutural, profunda, prolongada, sistêmica. Ela atinge a produção, as finanças, o comércio, o meio ambiente, o consumismo e encerra um período histórico de ofensiva do capital, abrindo a possibilidade de um reascenso da luta de massas.
No entanto, a esquerda brasileira enfrenta essa conjuntura adversa com problemas de caráter ideológico e organizativo. E que, por serem difíceis e complexos, exigem a construção de alternativas de médio e longo prazos, sendo que a tarefa central é a construção da unidade entre as diferentes formas do povo brasileiro se articular. O caminho para essa construção é nas agendas comuns de lutas, as quais fomentam a construção de confiança mútua. Para isso, é necessário reafirmar que são com esses setores, e a partir delas, que se podem desencadear mobilizações que resultem no crescimento da atuação das massas e, assim, alterar a correlação de forças.
A construção dessa unidade não se resume no trabalho de articulação, mas reclama firmeza para impedir o fracionamento das lutas e disputas.
A unidade
A crise inaugura um novo período histórico marcado pela insatisfação social e pela retomada da capacidade de luta de massas. Diante disso, as forças populares avançaram na construção de bandeiras unitárias, tais como: nenhum desemprego, nem direito a menos; elevação do salário mínimo; diminuição da jornada de trabalho, sem reduzir vencimentos; decréscimo das tarifas de energia e água e dos impostos para os pobres; queda no preço dos alimentos; menor taxa Selic e para o consumidor; investir superávit primário em educação e saúde; apoiar a CPI da dívida pública; impedir que reforma tributária tire recursos da seguridade social; reestatização de empresas estratégicas (Embraer, Vale, Petrobras etc.); reforma agrária massiva e mudança do modelo do agronegócio; estatização do sistema financeiro; garantia de um programa de educação pública e gratuita para todos; e construção de programas de integração popular entre os países da América Latina.
Nas lutas, o plano é jogar energias para construir uma jornada nacional de protestos contra a crise, unitária e massiva, nos dias 30 e 31 de março e 1º de abril. Datas definidas durante a Assembléia Mundial dos movimentos sociais no FSM. Na primeira semana de junho, intensificar as mobilizações e, em outubro, nova jornada mundial contra a crise, entre os dias 12 e 16. O dia 12 será de defesa da natureza e o 16, de luta pela soberania alimentar.
E, paralelamente, apoiar as mobilizações e atos de resistência contra os efeitos da crise. Em especial a greve dos petroleiros, no dia 23, a mobilização dos estudantes secundaristas e universitários no dia 28 (em memória à morte do estudante Edson Luis, pela ditadura militar), as jornadas dos movimentos da Via Campesina, do movimento sindical, da juventude, de moradia e todos que forem a luta!
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